Após uma lesão na pele, seja ela causada por um ferimento ou cirurgia, costuma aparecer uma cicatriz. Todavia, há casos em que o crescimento do tecido cicatricial não para por aí, e é assim que surge o queloide. Essa condição dermatológica ocorre devido à produção excessiva de colágeno e é bem fácil de reconhecer.
“Se você possui uma cicatriz de cirurgia anterior ou de machucado que evoluiu de maneira mais grosseira, que às vezes coça, arde ou dói, uma cicatriz mais grossa e elevada, ela se chama queloide”, explica o médico Dr. Haryson Guanaes de Lima, graduado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí.
Ademais, os queloides geralmente ultrapassam os limites da ferida original, adquirem aparência elevada, firme e, em alguns casos, mais escuras que a pele ao redor. O Dr. Haryson, que é diretor clínico do Órion Instituto Médico, explica que é impossível prever o aparecimento um queloide, mas dá para se prevenir.
É importante que todas as pessoas sigam esses cuidados, já que o crescimento anormal de cicatrizes pode afetar qualquer um, apesar de ser mais comum em peles asiáticas ou negras. Até pessoas que já tiveram grandes cicatrizes e não apresentaram o problema podem dar de cara com ele em outro momento.
Prevenção e cuidados
Evitar 100% o queloide pode ser desafiador, pois existe forte predisposição genética em sua formação. Ainda assim, algumas medidas podem reduzir o risco em caso de feridas ou procedimentos cirúrgicos. Veja as recomendações do Dr. Haryson:
- Higiene: trate as feridas de maneira adequada, mantendo-as limpas e protegidas. Evite coçar ou cutucar
- Proteção: proteja a pele de raios ultravioleta com o uso de protetor solar, pois a exposição excessiva ao sol pode aumentar o risco de queloides
- Atenção: ao perceber sinais de formação de queloides, como aumento da espessura da cicatriz, consulte um médico imediatamente. O tratamento precoce ajuda a minimizar o crescimento do tecido cicatricial
- Orientação: após procedimentos cirúrgicos, siga corretamente as instruções do médico, especialmente com relação ao repouso e cuidados com a área cirúrgica, minimizando o risco de cicatrizes anormais
O médico também sugere que pessoas já cientes de sua predisposição ao desenvolvimento de queloides devem evitar lesões sempre que possível. Colocar piercing ou fazer tatuagens, por exemplo, não é recomendado, já que criam cicatrizes.
Betaterapia
Além desses cuidados mais simples, a betaterapia também pode ser uma indicação quando já há conhecimento de uma predisposição e se quer evitar o queloide em uma cicatriz de cirurgia. “Ela é uma radiação aplicada em plaquinhas sobre a cicatriz, idealmente realizada até o terceiro dia após a cirurgia”, diz Dr. Haryson.
A radiação beta inibe o crescimento de células, incluindo aquelas responsáveis pelo excesso de formação de tecido cicatricial, promovendo uma cicatrização mais controlada. Também reduz a inflamação, contribuindo para a minimização da formação de cicatrizes indesejadas.
Por fim, em algumas situações, a betaterapia pode estimular a regeneração celular, ajudando na substituição de células danificadas por saudáveis. Vale destacar que a betaterapia é um procedimento especializado, que deve ser realizado por profissionais de saúde capacitados e somente com indicação médica.
Segundo o profissional, o procedimento ainda é caro, entretanto é uma boa opção na missão de evitar o queloide.