Hoje, dia 16 de setembro, é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, que tem a intenção de conscientizar a população sobre as estratégias possíveis para evitar e tratar o problema. E uma das ocasiões nas quais essas dicas são mais necessárias é no pós-operatório, quando pode haver um risco maior do surgimento de trombos.
Segundo o cirurgião plástico Luís Maatz, há risco de trombose venosa em qualquer cirurgia, problema também chamado de Trombose Venosa Profunda (TVP). Os trombos costumam aparecer nas pernas ou na área pélvica, mas podem também surgir em outros locais.
“Ela é caracterizada pela formação de coágulos ou trombos dentro dos vasos sanguíneos, comprometendo o fluxo de sangue. Quando estes coágulos se desprendem das veias podem atingir órgãos vitais, em particular, os pulmões, causando o tromboembolismo pulmonar (TEP), podendo gerar complicações potencialmente graves”, diz o especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo HC-FMUSP.
O risco maior de trombose no pós-operatório ocorre por conta do repouso e da mobilização reduzida, o que reduz a circulação sanguínea. “Entretanto, a chance é maior quando há fatores de risco como uso de pílula anticoncepcional, histórico familiar, tabagismo, obesidade, sedentarismo, doenças genéticas ou autoimunes, entre outras condições”, completa Maatz.
É preciso ter atenção especial nas primeiras 48 horas após a cirurgia, mas a trombose pode ocorrer também mais tarde, de 15 a 20 dias depois do procedimento. “Fique atento se notar inchaço ou dor na panturrilha; pele quente, avermelhada ou enrijecimento das pernas”, orienta o cirurgião plástico.
Caso tenha os sintomas, busque um pronto-socorro imediatamente. Mas, afinal, como evitar que todo esse problema ocorra?
A seguir, veja as dicas do especialista para diminuir o risco de trombose no pós-operatório:
Confira informações com o seu cirurgião
Primeiramente, certifique-se que seu cirurgião segue o protocolo de prevenção de TVP/TEP. Na maioria das cirurgias plásticas, exceto os procedimentos de pequeno porte e sem restrição da deambulação pós-operatória, há necessidade de algum tipo de intervenção para evitar a trombose.
“Verifique com seu cirurgião se o hospital disponibiliza aparelho compressor pneumático intermitente, para massagear as pernas, e se você deverá fazer uso de medicações anticoagulantes”, diz Maatz.
Mantenha as pernas elevadas e massageadas
Para evitar a trombose no pós-operatório, também é importante colocar travesseiros ou almofadas embaixo das pernas e pés, para que eles fiquem levemente elevados. Ademais, faça movimentos com os pés várias vezes ao dia e peça para alguém massagear suas pernas.
“Essas técnicas evitam que o sangue fique estagnado nas pernas e circule melhor, o que diminui o risco da trombose”, diz o especialista.
Não fique o tempo todo parado
O repouso pós-operatório é necessário para a recuperação mais rápida e uma melhor cicatrização. Porém, o paciente não deve permanecer o tempo todo imóvel.
“Pequenas caminhadas dentro de casa, ao longo do dia, são importantes para evitar a formação de coágulos, além de favorecerem o funcionamento intestinal. Na primeira semana após a cirurgia, é fundamental fazer essas caminhadas, com alguém supervisionando ou auxiliando”, explica.
Faça uso das meias de compressão continuamente
É crucial seguir todas as indicações dos médicos ao voltar para casa, incluindo o possível uso de meias de compressão, que ajudam a estimular a circulação.
“Nos primeiros 10 ou 14 dias após a cirurgia, é fundamental fazer uso contínuo das meias antitrombo. Se achar necessário, compre duas, caso sujem. O importante é mantê-las o tempo todo nas pernas e só retirar quando for tomar banho”, comenta o especialista.
Tome as medicações prescritas com responsabilidade
Segundo o cirurgião plástico, após uma cirurgia plástica, é de praxe a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios para dor e antibióticos para evitar infecções. “Se for necessário, o cirurgião pode prescrever também anticoagulantes, que impedem a formação de coágulos no sangue”, reforça Luís Maatz.