Neste sábado (25), é celebrado o Dia Internacional da Tireoide. A data foi criada para conscientizar a população da importância do diagnóstico precoce e tratamento de doenças tireoidianas. A tireoide é uma glândula importante que produz hormônios essenciais como a T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) que agem na função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins, além de influenciar na fertilidade, ciclo menstrual, controle de peso e memória.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente, pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo), causando várias doenças, inclusive a infertilidade na mulher. De acordo com o médico Marcelo Marinho, especialista em reprodução humana, o mau funcionamento da tireoide causa um desequilíbrio nos hormônios envolvidos com a ovulação feminina.
“Um desequilíbrio dos hormônios tireoidianos pode causar alterações nos processos que levam à ovulação, o que resulta em um prejuízo da fertilidade. Como exemplo podemos citar que a elevação do TSH (hormônio estimulante da tireoide) pode aumentar a secreção de outro hormônio chamado prolactina. Tal aumento pode determinar irregularidade menstrual e a mulher pode ficar períodos sem menstruar, o que dificultaria uma gravide”, explica o médico.
Dessa forma, mulheres que apresentam tais alterações hormonais podem ter mais dificuldade de ovular e, consequentemente, de engravidar. “Importante ressaltar que essas doenças quando não tratadas e acompanhadas aumentam a chance abortamento”, destaca o diretor médico da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana.
Sinais e sintomas
Tanto as doenças que cursam com aumento da função da tireoide ou diminuição da produção dos hormônios tireoidianos podem se relacionar com infertilidade. Os distúrbios tireoidianos são comuns em mulheres adultas em fase reprodutiva e se devem, principalmente, à deficiência de iodo ou a alterações imunológicas.
Essas alterações podem produzir diversos tipos de sinais e sintomas. Nos casos de hipertireoidismo, por exemplo, as pacientes podem referir perda de peso, aumento de apetite, transpiração exagerada, nervosismo, ansiedade, podendo evoluir com hipertensão arterial e surgimento de bócio.
“Por outro lado, aquelas com hipotireoidismo, podem ter graus variados de cansaço, desânimo, formigamento nas mãos, prisão de ventre, alteração do padrão de ciclos menstruais, unhas fracas e quebradiças, entre outros problemas”, aponta o especialista.
Diagnóstico e tratamento
Em linhas gerais, segundo o médico, as alterações funcionais da tireoide são diagnosticadas com alguns exames de sangue, como o TSH, produzido pela hipófise para controlar a tireoide, e os hormônios T3 e T4, produzidos diretamente por ela. “Outro recurso de avaliação da tireoide é a ultrassonografia, não para avaliação da produção hormonal, mas para detecção de possíveis nódulos e/ou cistos da glândula”, acrescenta Marcelo.
Em alguns casos, a causa da alteração é a uma doença autoimune chamada tireoidite de Hashimoto. Nesse caso, o organismo produz anticorpos contra a tireoide, que acaba por reduzir sua capacidade de produção hormonal. Assim, o tratamento deve ser realizado de maneira cuidadosa e individualizada.
No caso do hipertireoidismo, pode ser indicado o uso de medicamentos como betabloqueadores, antitireoidianos, iodo radioativo e, em casos extremos, a realização de procedimentos cirúrgicos. “Já no caso do hipotireoidismo, nem todos os casos irão requerer um tratamento medicamentoso, mas nos casos mais claros, a medida é a reposição dos hormônios da tireoide que nesses casos são produzidos de modo insuficiente” finaliza Marinho.