Saúde

Monjauro na menopausa e reposição hormonal: tire suas dúvidas

Como o monjauro reage com a reposição hormonal na menopausa? Entenda essa questão com as explicações de especialista

Saiba mais sobre Monjauro na menopausa e reposição hormonal - Shutterstock

O Monjauro é um remédio que tem sido indicado para algumas pessoas com diabetes tipo 2 descontrolada, sempre associado a mudanças alimentares e exercícios físicos, ajudando a regular os níveis de açúcar no sangue. O medicamento é do tipo caneta injetável e um de seus efeitos é a diminuição do apetite.

Porém, vale alertar, antes de tudo, que o seu uso deve ser sempre com acompanhamento médico. Ou seja, apesar de o medicamento poder ser indicado para pessoas com diabetes e um de seus efeitos poder levar ao emagrecimento, é extremamente arriscado usá-lo para qualquer fim sem a recomendação médica.

Contudo, mesmo nos casos de pessoas que têm a indicação para usar o Monjauro, podem aparecer grandes dúvidas sobre se ele será seguro. É o caso de mulheres na menopausa que, muitas vezes, já fazem uso de reposição hormonal, e ficam na dúvida se uma coisa pode interferir na outra.

A seguir, Pedro Ferreira, especialista em emagrecimento, sarcopenia, terapia de infusão, reposição hormonal por meio de implantes e tratamento do lipedema com fellow em endocrinologia pela Harvard Medical School, em Boston (EUA), tira algumas das principais dúvidas nesse sentido:

Como os efeitos do Monjauro (tirzepatida) são em mulheres na menopausa?

A menopausa é marcada por um declínio significativo de estrogênio, progesterona e também da testosterona. Esse último hormônio é muitas vezes negligenciado, mas essencial para a prevenção da sarcopenia. Isso além de exercer impacto direto na energia, na libido e no equilíbrio metabólico.

Quando essa fase não é abordada de forma correta e individualizada, o metabolismo desacelera, há aumento da gordura visceral e uma tendência à resistência à insulina, o que dificulta ainda mais o emagrecimento.

Segundo o médico, é nesse contexto que o Monjauro (tirzepatida) atua com grande eficácia. “Seus efeitos são claramente superiores aos observados com medicações anteriores, como a semaglutida. Além de promover uma perda de peso significativa, a tirzepatida tem ação direta sobre a gordura visceral — justamente a mais inflamatória e prejudicial à saúde metabólica e cardiovascular”, diz.

Por isso, é fundamental ter ao seu lado um médico de confiança, capacitado e comprometido com a ciência, que acompanhe as inovações globais sem abrir mão da segurança. Só assim é possível oferecer o que há de mais moderno no mundo, com responsabilidade e foco na sua saúde integral.

Existe risco de interação entre a tirzepatida e os hormônios usados na terapia de reposição hormonal (TRH)?

O especialista explica que, até o momento, não há evidências de interação medicamentosa direta entre a tirzepatida e os hormônios utilizados na TRH. No entanto, isso não significa que essa associação possa ser feita de forma genérica ou sem critérios.

Cada paciente precisa ser avaliado individualmente, considerando seu histórico clínico, perfil metabólico e, principalmente, a via de administração hormonal escolhida.

O uso combinado de Monjauro e TRH potencializa ou prejudica a perda de peso e o equilíbrio metabólico?

De acordo com o médico, o uso do Monjauro (tirzepatida) e da terapia de reposição hormonal potencializa, sim, os resultados, inclusive de perda de peso. Contudo, isso deve ocorrer apenas em casos em que isso é realmente necessário.

“É importante reforçar que a TRH não deve começar, por exemplo, apenas por questões ligadas à libido. Ela exerce papel fundamental na saúde cardiovascular, óssea, metabólica e cognitiva. Quando o paciente já apresenta sinais e sintomas claros de deficiência hormonal, não há motivo para postergar o início do tratamento. Especialmente se estiver apto para recebê-lo”, comenta.

Quais cuidados os médicos devem ter ao prescrever Monjauro para mulheres na menopausa já em tratamento hormonal?

O emagrecimento não deve ser tratado de forma isolada, assim como a reposição hormonal não deve ser conduzida como um protocolo genérico. “Quando falamos em saúde real, é essencial considerar o histórico clínico, o momento metabólico da paciente, seus sintomas e, principalmente, suas expectativas”, diz Pedro.

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