Neste mês, a campanha Março Lilás conscientiza mulheres sobre o câncer de colo de útero, terceiro tumor mais frequente no sexo feminino no Brasil. Anualmente, 17 mil mulheres recebem o diagnóstico e 7 mil falecem por conta da doença. Contudo, há formas de evitar o problema na maioria dos casos, de acordo com o Dr. Leonardo Lacerda, médico do Grupo Med+.
Na maioria dos casos, o câncer de colo do útero é assintomático em seus estágios iniciais. No entanto, sintomas como corrimento vaginal, dor e sangramento vaginal anormal podem indicar a presença da doença, explica o médico. Dentre eles, o mais comum é o sangramento vaginal fora do período menstrual, que muitas vezes ocorre após as relações sexuais.
A principal causa do câncer de colo do útero é a infecção persistente e lesões precursoras pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente pelos tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos da doença e das lesões pré-cancerosas.
Assim, evitar essas infecções é o mais importante para se prevenir. E a principal forma de fazer isso é utilizando preservativos, já que o HPV pode ser transmitido sexualmente. Todavia, há também duas outras medidas de prevenção importantes. Confira a seguir:
Vacina contra o HPV
A vacina contra o HPV é uma das formas mais eficazes de prevenir o câncer de colo do útero. A vacinação quadrivalente oferece proteção contra os tipos de HPV mais agressivos.
Em 2024, o Ministério da Saúde atualizou a dose única, o que visa ampliar a capacidade de imunização e intensificar a proteção contra a doença outras complicações relacionadas ao HPV. A vacina está disponível para: meninas com idade entre 9 a 14 anos; adolescentes e mulheres vítimas de abuso sexual; pessoas vivendo com HIV, transplantadas de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos, com idades entre 9 e 45 anos.
A estratégia global para a eliminação do câncer de colo de útero, lançada em 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visa imunizar 90% das meninas com até 15 anos de idade contra o HPV, realizar exames de rastreio em 70% das mulheres com idade entre 35 e 45 anos, e fornecer tratamento adequado a 90% das mulheres diagnosticadas com câncer cervical.
“O Brasil tem avançado significativamente com a vacinação e o rastreio, mas ainda precisamos reforçar as ações preventivas”, complementa o médico.
Papanicolau
Além da vacina, outra forma de se prevenir é realizando o Papanicolau. Ele é um exame que detecta alterações no colo do útero precocemente, identificando infecções ou mudanças celulares que possam trazer risco. O exame é simples e bem rápido, devendo ser realizado por mulheres a com vida sexual ativa ou a partir dos 25 anos, todos os anos.
“O exame Papanicolau é fundamental para a detecção precoce do câncer de colo de útero. Ele permite identificar alterações antes que a doença se desenvolva, aumentando consideravelmente as chances de tratamento e cura”, afirma o doutor Leonardo Lacerda do Grupo Med+. Quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura são bem maiores.