Foi-se o tempo em que o tamanho dos seios era importante para as mulheres. Agora, seja por aceitação do próprio corpo ou motivos de saúde, muitas estão voltando aos consultórios em busca do explante de silicone, procedimento para a retirada das próteses artificiais. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada dos implantes em 2018. Já em 2019, esse número foi para 19,4 mil, subindo para 25 mil, em 2020.
O aumento, é claro, vem acompanhado da adesão de diversas celebridades, bem como da popularização do procedimento nas redes sociais. Somente no TikTok, os vídeos com a hashtag #explantedesilicone já acumulam mais de 80 milhões de visualizações.
No consultório do cirurgião Leonardo Rodrigues, a busca por uma forma diferente de olhar para si mesma e relacionar-se com o próprio corpo ainda é o principal motivo que leva algumas mulheres a optarem pelo explante, mas também tem aquelas pacientes que preferem retirar o silicone em decorrência de dores causadas por rejeição à prótese.
“Algumas mulheres, após os implantes, podem sentir dores musculares e articulares, alergias, fadiga e depressão, que são alguns dos sintomas que geralmente relacionamos à doença do silicone. Contudo, como não existe um exame que bata o martelo sobre o diagnóstico, a alternativa é fazer a retirada dos implantes, mas não necessariamente essa é uma garantia de que os sintomas irão desaparecer”, revela o especialista.
O médico afirma ainda que, embora várias famosas, como Carolina Dieckmann, Mônica Benini e Fiorella Mattheis, tenham realizado o procedimento, seja pelos novos padrões de beleza — que estão com uma pegada mais natural — ou por apresentar alguma queixa médica, a cirurgia de explante é bastante simples, assim como sua recuperação.
“Hoje, as próteses estão muito mais resistentes e geram menos contratura capsular, com menos chances de vazamento. Com esse cenário, o procedimento se torna bem simples. Basta, fazer a retirada e, caso a paciente fique com alguma flacidez indesejada, fazer um enxerto com gordura de outra parte do corpo ou uma cicatriz em T invertido”, explica Leonardo.
Fonte: Dr. Leonardo Rodrigues, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.