Nos primeiros dois meses deste ano, o Brasil superou a marca de 1 milhão de casos de dengue. O número representa mais da metade do total registrado em 2023. Com a perspectiva de crescimento em março e abril, o Ministério da Saúde estima em 4,2 milhões os diagnósticos da doença em 2024.
Febre alta, dores de cabeça, nas articulações e atrás dos olhos, cansaço e manchas vermelhas na pele são alguns dos sintomas mais conhecidos da doença. Mas uma consequência pouco divulgada da dengue é a queda de cabelo. “Conhecido como eflúvio telógeno agudo, o processo pode ocorrer em até três meses após a infecção”, alerta o dermatologista Dário Rosa.
Por provocar a inflamação geral do organismo, a dengue, assim como a Covid-19, leva à diminuição da atividade do sistema imunológico. “No processo de combate à doença, a atuação do sistema imune é toda voltada aos órgãos vitais”, explica Dário Rosa. “Desta forma, estruturas secundárias como pele, cabelo e unha deixam de ser prioritárias no restabelecimento da saúde”.
Como tratar?
A queda de cabelo relacionada à dengue costuma ser temporária e ocorre de forma generalizada em todo o couro cabeludo, sem formar áreas calvas. A melhor maneira de lidar com a situação é garantir uma recuperação adequada, sempre com o acompanhamento médico.
De acordo com a dermatologista Anelise Dutra, “o paciente deve evitar se sobrecarregar com atividades físicas e emocionais intensas”. Também é importante manter-se hidratado e ter uma dieta rica em nutrientes, como proteínas e vitaminas, especialmente A, C, D e E, e minerais, como zinco, ferro e selênio.
Além disso, a prescrição dos produtos mais adequados deve ser feita pelo dermatologista. “Nesta etapa de recuperação, é importante utilizar xampus e loções capilares prescritas pelo especialista e eliminar substâncias químicas agressivas usadas em alisamentos e colorações”, recomenda Dário Rosa. “Para não danificar os folículos capilares, deve-se evitar prender os cabelos”, completa.