No verão, não há quem não acabe ficando um pouco mais exposto ao sol. Afinal, as idas à piscina e à praia são uma das maiores diversões e, mesmo apenas em passeios pelas ruas, o calor costuma ficar forte nesse período.
Tudo isso, somado ao alto nível de umidade, ausência de protetor solar e pouca hidratação, faz com que as doenças de pele aumentem muito. Para evitá-las, algumas recomendações gerais da dermatologista Ana Carolina Sumam, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são:
- Use protetor solar diariamente e constantemente, reaplicando, de 3 em 3 horas, com fator de proteção 30, no mínimo
- A hidratação é necessária e não deixará o local mais oleoso. Basta usar o hidratante recomendado para o seu tipo de pele
- Se possível, use chapéu ou boné para proteger o rosto e o couro cabeludo do sol extremo
Porém, existem também algumas medidas e mudanças de hábitos que devem ser feitas para evitar doenças de pele específicas. Veja abaixo as principais enfermidades do período quente e como impedir que elas apareçam:
Micose
De acordo com Ana Carolina, a micose é uma infecção provocada por um crescimento excessivo de fungos que não afetam só a pele, apesar de ser mais comum, mas também as unhas e o couro cabeludo.
“Ela normalmente surge nas partes do corpo que são mais quentes e úmidas, já que são mais favoráveis a reprodução dos micro-organismos. Seus principais sintomas são a descamação e forte coceira no local, vermelhidão e ressecamento”, explica.
Para evitar a doença, a dermatologista recomenda secar bem o corpo, principalmente após banhar-se no mar ou na piscina, lembrando sempre dos espaços com dobras. Além disso, não se deve compartilhar objetos pessoais, como toalhas, roupas de banho e roupas íntimas.
Pitiríase versicolor
Conhecida como “micose de praia” ou “pano branco”, essa talvez seja a doença de pele mais comum no calor. “Ela surge por conta do fungo Malassezia furfur, que cria placas escamosas de cor transparente, principalmente no pescoço, no tronco e no rosto. Ela costuma surgir pelo conjunto dos fatores de calor, umidade, pele oleosa, transpiração excessiva e baixa resistência imunológica”, comenta a especialista.
Nesse caso, não há muito o que fazer para se prevenir além dos cuidados gerais com a pele. Quando a doença começar a aparecer, o uso de sabonetes e xampus antifúngicos pode ajudar.
Esses produtos vão remover a camadas de células mortas da pele que estão contaminadas pelo fungo. Pomadas antifúngicas e antifúngicos orais também são bons nesse momento.
Foliculite
Ana Carolina explica que, no verão, por conta da alta produção de suor e do calor, é comum ter a inflamação dos folículos pilosos. Isso traz uma aparência semelhante às espinhas, que costuma se concentrar nas axilas e virilha para as mulheres e na barba e na nuca para os homens.
“É uma época em que as pessoas se depilam muito, na maioria das vezes de forma errada. Não fazem uma boa hidratação na pele, usam roupas justas também, e esses são hábitos que precisam mudar para que a condição seja tratada. Mudar a depilação com barbeador para uma depilação a laser ou com cera, por exemplo, e usar roupas mais leves e com tecidos mais finos é indicado”, diz a dermatologista.
Acne solar
Muita gente nem sabe que há tipos de acne e um deles está diretamente ligado ao verão. Segundo a dermatologista, sua maior diferença é que ela não aparece especialmente no rosto, e sim nos ombros e no tronco após um longo período de exposição ao sol. Além disso, as lesões costumam ser menores que a acne tradicional.
Alguns produtos podem ser usados para tratar esse tipo de problema, mas é importante se consultar com um dermatologista para que ele possa indicar o melhor para você.
Melasma
O melasma é caracterizado por suas manchas acastanhadas, lisas e planas, geralmente no rosto. Ele ocorre por uma exposição ao solar excessiva, principalmente se não houver a aplicação de protetor solar.
“Normalmente aparece na testa, no buço e nas maçãs do rosto, tem formato irregular, mas não coça ou arde. Para evitar que o melasma surja, é necessário dar bastante atenção ao uso do protetor solar com um fator de proteção superior a 30. Ele deve ser reaplicado constantemente e sempre ser usado antes de sair de casa, mesmo que seja uma saída rápida na rua”, orienta Ana Carolina.