Imagine jogar fora todos os anos cerca de 1 trilhão de dólares. Parece coisa de maluco, não é mesmo? Entretanto, é exatamente isso que a economia global está perdendo anualmente por tratar tanto a ansiedade quanto a depressão de maneira ineficaz, segundo dados da Organização Mundial ds Saúde (OMS). Além do desperdício de recursos, a ansiedade não tratada também pode gerar transtornos para o próprio paciente, uma vez que o bem-estar fica comprometido. Portanto, buscar meios de diagnosticar e curar essa doença é extremamente importante. Pensando nisso, que tal conhecer algumas terapias e técnicas capazes de amenizar os seus sintomas gradativamente e, aos poucos, livrar-se desse distúrbio?
Psicoterapia
Trata-se de um atendimento feito pelo psicólogo com o objetivo de tratar questões pessoais, como problemas emocionais, dificuldades em um relacionamento ou para tratamento de transtornos psicológicos. “As causas mais comuns dos desequilíbrios emocionais que provocam depressão, ansiedade, oscilações de humor e distúrbios de comportamento aparecem em momentos específicos na existência do indivíduo, em que, através de traumas, frustrações, inseguranças familiares e atitudes comportamentais equivocadas, geram memórias emocionais. Consequentemente, crenças limitadoras, medos e bloqueios, que ficam armazenadas no inconsciente, manifestam-se no comportamento e nas emoções”, salienta a terapeuta Cristiane Mariano.
Psicanálise
É o psicanalista quem irá desenvolver a terapia. O objetivo das sessões de psicanálise é levar o paciente a analisar sua história e como experiências passadas podem influenciar no desenvolvimento do transtorno de ansiedade. O tratamento busca trabalhar conteúdos reprimidos que podem gerar desequilíbrios emocionais. Nesse tipo de ajuda, as características de personalidade do indivíduo são vistas como relevantes, pois elas podem estar na raiz do quadro de ansiedade.
Análise experimental do comportamento
O foco desse tipo de terapia são as atitudes do paciente. Assim, o psicoterapeuta busca relacionar os padrões comportamentais do paciente com o quadro de ansiedade. De forma bem resumida, nesse tipo de tratamento, a pessoa é levada à prática de alguns exercícios, quase um treinamento, que favoreça o aprendizado de novos comportamentos capazes de inibir antigas posturas que “disparavam” o quadro de ansiedade, ou seja, a ideia é mostrar a ele novas atitudes capazes de inibir fatores que desencadeiam as crises de ansiosas.
Terapia cognitiva
Os pensamentos são os principais atores na terapia cognitiva. Busca-se fazer com que o paciente reconheça os pensamentos que colaboram para o desenvolvimento da ansiedade e, assim, aprender a controlá-los para evitar as crises.
Tratamento contínuo
Uma vez que o psicólogo é consultado, o ideal é não abandonar a psicoterapia. “Em geral, começamos a perceber as melhores por volta da décima sessão. Durante o tempo em que o paciente permanece em terapia, ele se mantém bem, mas é muito comum que o indivíduo interrompa o tratamento, tendo uma recaída e possivelmente um não aprendizado de como lidar com as situações ansiogênicas”, explica o psicólogo. Apesar disso, as terapias não precisam durar a vida toda do paciente – elas servem para algo que está incomodando e, assim que a situação se resolve, podem ser encerradas. Com o tratamento psicológico, o paciente aprende a lidar com as situações conflitantes de forma mais natural possível, e o aprendizado, pode ser levado para a vida toda.
Hora de desacelerar
Nas sessões de psicoterapia, o ideal é se abrir para o psicólogo e tentar absorver o máximo o aprendizado do divã. Com o tempo, o autoconhecimento melhora e a seleção de pensamentos e afazeres torna-se possível, descartando o que não é necessário no dia a dia e que pode resultar em sintomas de ansiedade. “O mais importante é sabermos respeitar os nossos limites. Ficarmos atentos aos sinais que o corpo e mente vão dando quando já não estão funcionando plenamente. Esquecimentos, irritações exageradas, tristezas, sentimentos de vazio e psicossomatizações são sintomas de que é hora de parar e se cuidar. Assim, é sempre bom evitar adquirir responsabilidades que não aguentaremos depois, não sermos orgulhosos e centralizadores, sabendo delegar funções, reservar momentos da rotina para cuidarmos da mente e do corpo e viver em ambientes agradáveis como grupos de famílias e amigos”, reflete a psicóloga Marina Delduca Cilino.
Texto: Larissa Tomazini e Paula Santana
Consultoria: Cristiane Mariano, terapeuta; Marina Delduca Cilino, psicóloga
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