E-mail, Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp, Pokémon Go… A quantidade enorme de informações a ser absorvidas por nós vindas das tecnologias não para. E isso também traz influências ao nosso organismo.
Uma delas é a liberação de noradrenalina na corrente sanguínea, hormônio secretado pelas glândulas suprarrenais. “Isso gera um efeito contrário sobre os neurônios corticais, deixando a pessoa muito alerta e excitada, dificultando a concentração e o bom desempenho da memória”, explica a psicóloga Márcia Mathias.
Além de o corpo estar mais alerta, ficar o tempo todo conectado ativa a dopamina no cérebro, hormônio associado ao nosso prazer e bem-estar. Pode parecer uma revelação boa, digna de um “curtir”, mas é bom não cair nessa. “Em estudos, esse neurotransmissor foi associado a jogos de azar, drogas e exercício físico. Por isso, cada vez mais se fala em dependência de internet, que está presente nos celulares e redes sociais”, explica a neuropsicóloga Renata Paes.
O lado prejudicial das tecnologias
Muitos estudos científicos publicados sustentam que o mau uso da internet pode causar dependência. A professora de psicologia Kimberly Young é pioneira nos estudos de vício digital, que surgiram nos anos 1990 nos EUA, e apontou o transtorno de adição a internet.
Young criou o Teste de Dependência a Internet (TDI), considerado uma forma válida de medir o vício do uso de forma leve, moderada e grave por meio de 20 questões. Depois, é realizado um trabalho de psicoeducação ao usuário da internet, no comportamento compulsivo, que afeta a sua atenção e concentração. “A dificuldade no controle do uso e ao controle dos impulsos causa uma distorção dos objetivos pessoais, familiares e profissionais”, salienta Márcia.
Boa convivência digital
A neuropsicóloga Renata Alves Paes dá orientações de como fazer um bom uso de redes e apps de mensagens em meio à sua rotina. “Primeiro, faça uma lista de outras atividades que você gosta de fazer e quantas vezes você as faz por semana. Por exemplo: caminhadas, esportes, ir ao cinema… Alterne-as com os seus acessos a internet”, explica. Dessa forma, é possível alternar com outras atividades saudáveis de seu dia a dia, recomenda a especialista.
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Texto: Ricardo Piccinato – Edição: Victor Santos
Consultorias: Márcia Mathias, psicóloga e diretora de Psicologia da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH); Patrícia Andrade Ladeira, especialista em marketing digital, diretora da Contenuto Comunicação e atual coordenadora do “Estudo Sobre o Comportamento do Brasileiro nas Redes Sociais”; Renata Alves Paes, professora da Universidade Veiga de Almeida, doutora em neurociências, psicóloga cognitivo-comportamental e neuropsicóloga.