Caracterizado pelas alterações constantes de humor, o transtorno bipolar pode afetar a qualidade de vida do paciente. “A bipolaridade pode influenciar no rendimento profissional do indivíduo. Tanto na fase eufórica, onde geralmente a pessoa se intromete em tudo, inclusive no trabalho dos outros e provoca brigas com colegas e chefes, quanto na fase depressiva, na qual ela apresenta desânimo para trabalhar, tornando-se reclusa e com dificuldade na interação com seus colegas”, comenta a psicóloga Léa Biancamano Guimarães.
Normalmente, depois do diagnóstico, a pessoa que tem o transtorno recebe um atestado médico para afastamento. Mas a psicóloga ainda orienta que, nem sempre, o ideal é comunicar a chefia e colegas de trabalho sobre suas condições. “A comunicação pode levá-lo a sofrer com o preconceito e a ser estigmatizado dentro do ambiente profissional”, indica. Nos casos em que os colegas já têm conhecimento sobre o transtorno, o ideal é tratar o paciente com naturalidade.
Ao trabalho (novamente)!
Confira algumas dicas que as pessoas com transtorno bipolar podem seguir para se reintegrar ao trabalho:
*Ter consciência do seu diagnóstico.
*Ter acompanhamento de um psiquiatra ou psicólogo.
*Aderir e não abandonar o tratamento medicamentoso.
*Perceber características que indiquem mudanças de humor que podem levar a crises (tanto de depressão, quanto de euforia).
Lidando com as crises
As crises de bipolaridade podem ser amenizadas se quem estiver com a pessoa que sofre com o transtorno souber lidar com elas. A Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) listou 10 dicas para quem convive – no trabalho ou em casa – com pessoas bipolares.
1. Apoie o paciente em momentos difíceis. Os medicamentos devem ser tomados na dose e horário prescrito.
2. Durante as crises, o relacionamento pode ser desgastante. Seja firme e, principalmente, paciente.
3. Ao perceber sinais de recaída, converse com a pessoa. Se ela se sentir invadida, converse e explique que você pretende ajudá-la.
4. Fale com o médico em caso de suspeita de ideias de suicídio e desesperança.
5. Algumas regras precisam ser estabelecidas para as fases de instabilidade de humor, como retenção de cheques e cartões de crédito.
6. As atividades devem ser programadas antecipadamente e ele deve receber um auxílio para manter a boa higiene do sono.
7. O paciente não pode ser superprotegido. Excesso de exigências em cima de quem sofre com o transtorno também pode atrapalhar.
8. Evite demonstrar sinais de preconceito que favoreçam ao abandono do tratamento.
9. Nos momentos de equilíbrio de humor, aproveita para diferenciar depressão e euforia de tristeza e alegria.
10. Terapias familiares em grupo, conjugal e orientação psicoeducacionais ajudam a quem convive com o paciente. Participe!
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Texto: Bárbara Gatti/Colaboradora Consultoria Léa Biancamano Guimarães, psicóloga Fonte www.abrata.org.br