“Primeiramente, é necessário entender que existem diferentes tipos e formas de depressão – de episódios depressivos leves para o transtorno depressivo grave. Depois, existem as variáveis indivíduo, físico, químico, psíquico e emocional diferentes. Ou seja, primeiro cada indivíduo tem o seu tempo para perceber, aceitar os sentimentos e buscar tratamento; depois a adequação da melhor medicação e do melhor tratamento; e a continuidade (sem rompimentos) até o término do tratamento”, afirma Amanda Paiva, psicóloga.
A profissional explica que existe a depressão aguda e a crônica, sendo que a crônica pode ser longa e contínua e pode haver recaídas ao longo de toda a vida. Além disso, muitos pacientes, quando começam a sentir melhora, param o tratamento, a medicação ou a psicoterapia. A consequência disso é a recaída. “A cada recaída, a depressão se torna mais ‘teimosa’. Com tudo isso, vemos casos de pessoas que superam a depressão mais ‘fácil’ ou ‘rápido’, como também aquelas que passam o obstáculo e outras que estagnam”, afirma.
E por que algumas se fazem de vítima e outras não? Amanda diz que, normalmente, a depressão gera um enorme sentimento de culpa, associado ao estado pessimista de encarar a vida e os acontecimentos. A consequência disso é o famoso ‘papel de vítima’. Como existem diferentes tipos de depressão, esses sentimentos são variados pelo grau da doença, ou seja, na depressão crônica e grave os indivíduos tendem a se vitimarem mais pelo aumento desses sentimentos de culpa e pessimismo.
Há uma luz no fim do túnel
A profissional esclarece que a depressão causa sensações tão fortes que o paciente acha que não haverá outra saída a não ser a morte. A doença é formada por uma tristeza e apatia que tomam conta de todos os fatores da vida. “Quando o indivíduo consegue se libertar dessas sensações, dessa impotência, ressurge o instinto de vida. Uma vontade de fazer, ser e mudar toma o indivíduo. Isso leva a essa mudança”, explica.
Durante o estado depressivo a pessoa normalmente não consegue tomar decisões, muitas vezes deixa para os mais próximos tomarem por si. Mas, quando a depressão está controlada, o indivíduo é acometido por um sentimento de ‘renascimento’ e em consequência a essa sensação, pode vir a tomar decisões para uma mudança de vida. É por isso que o apoio da família e dos amigos é fundamental, pois são eles que darão a ‘injeção’ afetiva, além de apoio, estímulo e incentivo ao tratamento.
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Consultoria: Amanda Paiva, psicóloga.
Texto e entrevista: Amanda Araújo/Colaboradora.