Se o dinheiro está presente praticamente durante toda a nossa vida, parece óbvio que as pessoas deveriam ter uma educação financeira nas escolas e em casa. Porém, não é o que acontece com a maioria das pessoas. Veja como a reeducação financeira ajuda a fazer o salário render:
Sem dívidas
Cada vez mais pessoas estão com as finanças comprometidas. De acordo com um levantamento do Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC), em agosto de 2015, quase 40% dos adultos brasileiros estavam na lista de inadimplentes. É certo que parte deste número se deve à atual situação crítica da economia nacional e mundial; no entanto, se estes mesmos brasileiros soubessem lidar melhor com seu orçamento, provavelmente o número seria bem menor.
Se você faz parte desta porcentagem ou não pretende fazer, uma maneira eficaz é organizar sua economia pessoal, por meio de uma reeducação financeira. Como qualquer processo de “reabilitação”, exige compromisso e disciplina, como explica o professor Reinaldo Guerreiro, da Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi): “a educação financeira pode ser considerada uma virtude e, como toda virtude, precisa ser alcançada com bastante disciplina e com muita vontade”.
Consciência do valor do dinheiro
A expressão “dinheiro suado” não poderia definir melhor o salário ganho ao custo de bastante trabalho. Se ele foi tão difícil de conseguir e é tão importante para sua sobrevivência, por que, então, não cuidar muito bem dele? “Existe uma parcela considerável da sociedade que sofre com problemas financeiros e, para ela, a culpa é do governo, dos bancos, dos empresários… menos dela. Essas pessoas não sabe que a sua situação financeira depende de como pensam a respeito do dinheiro”, ressalta Guerreiro. Ou seja, é preciso ter consciência do valor de cada centavo e pensar muito bem antes de gastá-lo. “A saúde financeira é fundamental para uma vida equilibrada e nem sempre damos a devida atenção a ela, o que acaba por afetar a qualidade de vida”, destaca a diretora comercial Carla Abreu.
Administrar bem o dinheiro
Qualquer pessoa deve conhecer bem suas finanças para, assim, conseguir administrá-las. Portanto, não é preciso ser o provedor de uma família para ter que se preocupar em manter as contas em dia. Se você possui alguma renda, é fundamental que seu orçamento esteja sob controle. “Na prática, percebo que, muitas vezes, as pessoas gastam mais do que ganham. Ou ganham o bastante, mas não conseguem concretizar seus projetos por ‘falta de dinheiro’, que pode ser traduzido como falta de planejamento. Para minimizar esse problema, a reeducação financeira é uma solução, que deve ser adotada por todos, sem exceção”, enfatiza Abreu.
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Consultoria: Carla Abreu, diretora comercial Regional Leste da seguradora Mongeral Aegon; Reinaldo Guerreiro, professor e diretor da Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).
Texto: Natália Negretti