“Com ele é possível a realização de biópsias dirigidas e a intervenção cirúrgica de patologias da camada interna do útero, conhecida como endométrio”, indica Mércia Loureiro, ginecologista e professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
O procedimento é uma revolução na área ginecológica, pois permite a avaliação do canal uterino e pequenas cirurgias sem necessidade de internação.
Como é feito?
O exame pode ser feito por dois motivos:
* Para diagnóstico: é realizado no consultório utilizando anestésico tópico. A paciente é colocada em posição ginecológica e, dessa forma, insere-se o espéculo vaginal, ou seja, o instrumento com câmera acoplada com luz, onde é possível a captação e transmissão de imagem.
Dessa forma, avalia-se a regularidade das paredes, o endométrio (camada interna do útero) e os óstios tubários (início das trompas). “O procedimento é rápido. A paciente sai andando normalmente, podendo voltar as suas atividades normais, quando não realizado o exame com sedação”, destaca a profissional.
* Para fim cirúrgico: é feito em nível hospitalar através de um sistema denominado Day Clinic, isto é, em curto espaço de tempo. “Com isso, há redução de custos e tempo de internação, recuperação mais rápida e retorno das atividades profissionais em curto prazo”, explica. Diferente do primeiro, esse procedimento necessita de anestesia.
Por que é importante?
Através do exame é possível fazer o diagnóstico mais preciso de sangramento uterino anormal, causado por miomas, pólipos cervicais e endometriais, hiperplasia de endométrio, e até mesmo o câncer de endométrio. Também é possível a retirada de certos problemas uterinos, como alguns pólipos.
O que são pólipos?
Eles podem ser cervicais, ou seja, no colo do útero, ou endometriais, encontrados na cavidade uterina. “Os pólipos cervicais são projeções da mucosa cervical, podendo levar a sangramento fora do período menstrual e após a relação sexual. Já os endometriais, uma projeção mucosa do tecido interno do útero, o endométrio”, explica.
Podem ocorrer complicações?
“A incidência de infecção é rara e ocorre mais em pacientes diabéticas e imunodeprimidas”, ressalta a especialista.
É doloroso?
Ao passar o histeroscópio através do canal uterino, a paciente pode notar um desconforto, como se fosse uma cólica, mas varia de acordo com a pessoa. Em casos de biópsias e retiradas de pólipos, a sedação (anestesia geral) ou bloqueio (raquidiana) é usada.
Quais as contraindicações?
“O procedimento está contraindicado em casos de gestação e câncer de colo de útero pré-diagnosticado”, ressalta Mércia.