Algumas doenças, para serem tratadas e curadas, exigem um procedimento médico que, à princípio, pode assustar: a doação de medula óssea. Contudo, ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, esse processo é bem simples para o doador.
No mundo, são cerca de 21 milhões de doadores. No Brasil, em torno de 4 milhões de pessoas estão cadastradas para doar medula óssea. O Brasil possui o 3º maior banco de dados do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (mais de 7 milhões) e Alemanha (6,2 milhões).
Outra boa notícia é que, entre os brasileiros, a chance de se identificar um doador compatível na fase preliminar da busca é de até 88%, e ao final do processo, 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado.
Passo a passo para ser doador de medula óssea
Para fazer parte do grupo de pessoas que podem doar a medula óssea, é preciso atender a algumas exigências: ter entre 18 e 55 anos de idade e apresentar boas condições de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante).
Caso o voluntário se enquadre nessas situações, ele se encaminha para o hemocentro mais próximo e preenche um formulário com dados pessoais. Nessa etapa, é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes – que vão determinar as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o paciente e o voluntário.
Em seguida, os dados do doador são armazenados em um sistema informatizado, chamado de Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) para futuros cruzamentos com as informações de pacientes. Assim, em caso de compatibilidade, o voluntário é chamado para fazer exames complementares e realizar a doação.
Como é feita a doação?
Quando a compatibilidade entre o voluntário e o paciente é confirmada, o estado de saúde atual do doador é avaliado por meio de exames específicos. Se tudo estiver bem, o procedimento tem início: o doador deve ser internado (com no mínimo 24 horas de antecedência), pois o processo é feito em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral.
É possível que, nos três primeiros dias, haja desconforto localizado, mas que pode ser amenizado com analgésicos e outras medidas simples. É comum que os voluntários voltem a suas atividades depois da primeira semana. Ou seja, a doação é apenas um incômodo temporário para quem se voluntaria, mas pode significar um nova chance de viver para quem está doente.
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Existem riscos para o doador?
Mesmo se tratando de um procedimento com anestesia, os riscos são considerados baixos e, após poucas semanas, a medula do voluntário já está totalmente recuperada. Os sintomas que podem surgir depois da doação são combatidos com medicamentos e desaparecem em um curto período. Apesar dos desconfortos, esse ato de solidariedade pode representar a única chance de cura para quem é vítima de leucemia e outras doenças do sangue.
Fonte: INCA (Instituto Nacional de Câncer)
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