O aneurisma é uma doença silenciosa e traiçoeira, pois só registra ameaça e sequelas em casos de rompimento, que são imprevisíveis. “Um paciente pode ter cinco aneurismas e não apresentar sintomas. O risco de sequela existe se um desses aneurismas se tornar sintomático. Ou seja, o aneurisma precisa romper ou comprimir alguma estrutura cerebral para que haja algum déficit neurológico e, consequentemente, o risco da sequela. As possíveis consequências são as mais variadas possíveis, já que praticamente qualquer estrutura cerebral pode ser atingida. Mais frequentemente, notam-se déficits motores, déficits na fala e déficits cognitivos”, detalha Marcelo Amato, neurocirurgião da Amato (Instituto de Medicina Avançada).
Principais sequelas
A mais grave das consequências que o aneurisma pode trazer ao paciente é, sem dúvidas, o óbito. Ele ocorre quando o aneurisma se rompe, o que pode acontecer de maneira silenciosa. No entanto, em casos de menos graves, não é incomum que o paciente fique com poucas atividades funcionais. Ele pode desenvolver alterações cognitivas, como passar a ter dificuldades de concentração, atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem (não sabendo mais falar e compreender). Os déficits também podem ser motores, como a apresentação da dificuldade de movimentação de um membro ou até mesmo a metade completa do corpo. Outras consequências também podem ser tontura, cegueira ou visão dupla, dificuldade no controle da eliminação de urina e de fezes, (levando em muitas ocasiões o uso de fraldas), e a má absorção de alimentos, sendo necessário por vezes o uso de sondas.
Auxílio da família
O apoio, a atenção e o carinho dos familiares é mais do que fundamental nesse momento difícil para dar auxílio, orientação e cuidados necessários. Em pacientes que apresentem dificuldades em se alimentar, andar e realizar funções básicas, como as higiênicas, a ajuda é ainda mais essencial. A contratação de um enfermeiro para orientação também pode ser uma boa iniciativa e uma manifestação de carinho e preocupação.
Para tratar as sequelas
A fisioterapia neurológica domiciliar utiliza técnicas de profissionais especializados, tendo como principal objetivo a reabilitação das alterações motoras, a flexibilidade, reestabelecer a força muscular, o equilíbrio e evitar problemas respiratórios ou vasculares nas vítimas. O tratamento fisioterapêutico precoce é capaz de reabilitiar as principais funções que fazem parte do cotidiano dos pacientes.
Psicoterapia
É cada vez mais comum o uso de terapias alternativas, já que a melhor aliada do corpo são é a mente sã. Meditações, em busca de um relaxamento completo da mente, yoga e a frequência a um consultório de um psicanalista podem ser fundamentais para a manutenção de uma boa saúde mental em quem registra sequelas psíquicas em decorrência do acidente vascular cerebral ou do aneurisma. O profissional auxilia não só o paciente como também sua família a lidar com a vida após a doença, incluindo nessa nova rotina os esquecimentos, as confusões mentais, as dificuldades de concentração e raciocínio, dentre outros problemas. Em alguns casos, o psiquiatra pode ser consultado para avaliar se é necessária a intervenção com medicamentos. O importante é continuar fazendo exames periódicos com um neurologista, independente das consequências psicomotoras que sejam geradas pela doença.
Pós-operatório
Após a realização de diversas cirurgias, desde as mais simples até as mais delicadas, como é o caso da aneurismática, são necessários alguns cuidados específicos com o paciente. No caso da cirurgia do aneurisma, algumas medidas devem ser seguidas nos dias após a operação:
- Manter uma alimentação balanceada com pouca gordura animal e controle do sal consumido
- Abandonar vícios como o tabagismo, alcoolismo e em outros tipos de drogas
- Praticar uma atividade física regular, como caminhadas de 30 minutos ao dia
- Em alguns casos, ingerir um compromido de aspirina infantil no almoço diariamente, por toda a vida, para afinar um pouco o sangue e prevenir complicações da aterosclerose
- Em casos de dores ou febres, tomar analgésicos simples e que não apresentem contraindicações
- Logo após o procedimento, evitar dobrar muito as coxas sobre o abdômen. Também é recomendado não ficar agachado por muito tempo, até que haja adequada cicatrização na virilha
- Não tomar sol diretamente na incisão por um mês
- Frequentar o médico para revisões periódicas
Texto: Redação Alto Astral
Consultoria: João Alexandre Borba, psicólogo; Marcelo Amato, neurocirurgião; Sandra Mathias, neurologista
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