Risos mais tímidos, extrovertidos, os que fazem chorar, que ajudam a superar as dificuldades ou até mesmo aquela risada boba sem motivo. Existem vários tipos de risadas e, desde que sejam causadas por situações nas quais você ri com a pessoa, e não dela, elas têm a capacidade de levantar qualquer ânimo.
Rir é bom, isso não deve ser uma novidade. Mas você sabe por que temos essa reação?
A risada no cérebro
Como indica a psicóloga clínica Deborah Passos, até um simples riso ganha um caráter mais sério tratando-se da complexidade do cérebro humano. Isso porque, para explicar como ocorre a expressão, não é possível apontar apenas uma estrutura responsável, estendendo-se por grande parte do córtex cerebral.
Se o estímulo ocorrer por meio do toque — as famosas cócegas — a área ativada é o córtex somatossensorial. Porém, se for devido ao humor, como ao ouvir uma piada, “para compreender o que é engraçado, é necessário entender que existe uma incongruência e esta percepção envolve memória e flexibilidade mental. Desse modo, o lobo frontal é que vai estar trabalhando nessa hora”, explica a psicóloga.
Outra possibilidade é de a risada ter uma origem emocional que, nesse caso, estaria relacionada ao sistema límbico e o hipotálamo, ambas partes com funções de controle das emoções e comportamentos. “A integração do estímulo dentro do cérebro vem dos órgãos dos sentidos em direção ao sistema límbico. Este reconhece a qualidade da percepção, ativando os músculos da expressão facial junto à sensação agradável”, conclui a psiquiatra Julieta Guevara.
Dificuldades para rir
Além da prevalência de um sentimento de tristeza ser um motivo para a pessoa não conseguir rir, existem explicações mais técnicas para isso envolvendo o funcionamento cerebral. “As lesões no lobo frontal podem dificultar a percepção do que está incongruente, atrapalhando a compreensão do humor da situação”, elucida Deborah.
Outro fator que pode impossibilitar o riso é se a pessoa apresentar um quadro de autismo ou esquizofrenia. Isso porque, segundo a profissional, elas têm “dificuldade de se colocar no lugar do outro e, assim, fica complicado se contagiar com a risada alheia”.
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Texto e entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador – Consultorias: Deborah Williamson Passos, psicóloga clínica e idealizadora do Ateliê Terapêutico Cuidar, em São Paulo (SP); Julieta Guevara, psiquiatra