Às vésperas do dia dos namorados, a rede internacional de lojas C&A lançou, no Brasil, uma coleção inspirada no gênero neutro. Intitulada como “Dia dos Misturados”, a propaganda trazia casais se apresentando com as roupas trocadas, em uma referência à diversidade e à igualdade de gêneros, com homens usando vestimenta de mulheres e vice-versa. A campanha ganhou ares de polêmica, com direito a pedido de boicote à marca. Mas por que é importante se aprofundar nessa discussão?
Importante debater
Segundo a psicanalista Júlia Bárány, os debates sobre questões de gênero são de extrema necessidade para as relações sociais. “Para que nos tornemos uma sociedade consciente, responsável e respeitosa, precisamos aceitar todos os diferentes e aprender a viver na diversidade”, destaca. E, aparentemente, esse empenho vem trazendo reflexos. Segundo um levantamento feito por uma agência de publicidade norte-americana, 76% dos jovens do Brasil entre 12 a 19 anos dizem não se importar com a orientação sexual e de gênero das outras pessoas. Já 82% deles defendem que todos devem explorar melhor sua própria sexualidade.
Preconceito no Brasil
Para se ter uma ideia da diferença do posicionamento dos brasileiros, em 1993, o Ibope realizou uma pesquisa sobre o tema. Na época, 79% dos entrevistados afirmaram que não aceitariam que seu filho tivesse um amigo homossexual e 56% alterariam sua conduta com um colega se ele não seguisse os padrões sexuais.
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Consultoria: Júlia Bárány, psicanalista
Texto: Augusto Biason/colaborador – Edição: Natália Negretti