Depois de dois ataques terroristas de autoria do Estado Islâmico em Paris, que vitimaram mais de 140 pessoas em 2015, já se fala que o grupo terrorista pode estar por trás do atentado na cidade de Nice, sul da França. O episódio ocorreu na última quinta-feira (14/7), durante comemoração da Queda da Bastilha, o símbolo da Revolução Francesa e seu lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Neste momento, não faltam perguntas: Quem é o Estado Islâmico? O que querem os integrantes da organização terrorista? Qual o perfil de seus seguidores? É importante responder a estas e outras questões para compreender o conturbado momento que vivem, principalmente, Europa e continente africano.
Como surgiu o Estado Islâmico?
O grupo sunita surgiu a partir da união de diversas organizações extremistas, leais ao antigo regime de Saddam Hussein. Seus membros, que antes integravam e formavam um braço da organização Al-Qaeda, lutavam contra a ocupação americana e contra a ascensão dos xiitas ao governo do Iraque. Agora um grupo independente, o Estado Islâmico anunciou a pretensão de dominar por meio da violência e da força.
Um dos principais grupos jihadistas e, de acordo com especialistas, um dos mais perigosos, o Estado Islâmico conta com maior concentração de integrantes no Iraque e na Síria. Recentemente, conquistaram territórios nas regiões dominadas pelos curdos e a Oeste e Norte do Iraque, fortalecendo o domínio na fronteira com a Síria, onde se opõem ferozmente ao regime Bashar al-Assad.
Quais são os objetivos da organização?
Estabelecer um estado regido pela fé islâmica é o principal alvo dos extremistas. Como justificativa, abusam da palavra jihad, termo do Alcorão que significa luta, empenho. Contudo, o conceito é completamente distorcido pelos membros do Estado Islâmico: apenas 10% dos muçulmanos são radicais e encaram a jihad como uma guerra a ser declarada contra todos que desobedecem “as leis” (também distorcidas por eles). Enquanto isso, 90% dos seguidores (principalmente na Europa e na África) interpretam a jihad como uma luta pessoal, do homem contra as tentações mundanas – e esta maioria também é vista pelos extremistas como “infiéis”, tornando-se alvo de massacres.
Quem é o líder da organização?
Abu Bakr al-Baghdadi foi apontado como o chefe (podendo ser considerado o maior jihadista do mundo) e se juntou ao levante em 2003, depois que os EUA invadiram o Iraque.
Qual o perfil dos seguidores do EI?
Estima-se que, no último ano, cerca de 5 mil extremistas tenham se unido ao Estado Islâmico, de diversas partes do mundo – muitos são estrangeiros, entre britânicos e franceses, que decidiram pegar em armas em prol da causa jihadista. O fato de que muitos europeus decidiram se juntar ao EI preocupa os governos dos países de origem destes extremistas, que temem o retorno dos jihadistas à Europa e, consequentemente, muitos novos ataques terroristas no continente.
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