Você já ficou confusa ao tentar ler os rótulos dos cosméticos de skincare? Com nomes complexos e promessas mirabolantes, entender a composição dos cosméticos pode parecer um desafio. No entanto, aprender a interpretar essas informações é fundamental para escolher o produto certo para a sua pele, evitando alergias, irritações e gastos desnecessários.
Para ajudar nessa tarefa, a dermatologista Tainah de Almeida, da Clínica Inovaderm, explica como fazer essa leitura de forma simples e eficiente. “A leitura correta dos rótulos ajuda a evitar reações indesejadas e a escolher produtos que realmente atendam às necessidades da sua pele”, afirma. Confira, abaixo, dicas da especialista para ler e interpretar os rótulos de cosméticos.
1. Ordem dos ingredientes importa
Os ingredientes estão listados em ordem decrescente de concentração. Ou seja, os primeiros da lista são os mais presentes na fórmula. Se um ingrediente ativo aparece apenas no final, sua quantidade pode ser mínima, reduzindo seus benefícios. “Se um produto promete um efeito poderoso por conta de um ativo específico, mas ele está em uma posição muito baixa na lista, é pouco provável que entregue os resultados desejados”, alerta Tainah.
2. Priorize esses ativos
O ácido hialurônico é excelente para hidratação intensa e preenchimento da pele, enquanto a vitamina C atua como antioxidante poderoso, combatendo radicais livres e uniformizando o tom da pele. Já o retinol é um dos favoritos no combate ao envelhecimento, estimulando a renovação celular. A niacinamida ajuda a regular a oleosidade, reduz inflamações e melhora a textura da pele.
Para quem tem tendência à acne, ácidos como o salicílico e o glicólico são ideais, pois controlam a produção de sebo e promovem a renovação celular. Para fortalecer a barreira cutânea e manter a hidratação, ceramidas, esqualano e pantenol são ótimos aliados. Quem busca uma alternativa mais suave ao retinol pode apostar no bakuchiol, um ativo vegetal que oferece benefícios similares sem causar irritação.
“Quando monto uma prescrição dermatológica, faço questão de explicar para o paciente o que cada ativo faz, para que ele entenda o objetivo daquele tratamento. Isso possibilita até mesmo que ele seja capaz de escolher outros produtos parecidos por contra própria, de forma eficiente e segura”, explica Tainah.
3. Evite esses componentes
Nem tudo que está no rótulo é benéfico. Alguns ingredientes podem ser agressivos ou causar alergias, especialmente para peles sensíveis. O álcool em excesso pode ressecar e sensibilizar a pele, enquanto fragrâncias e corantes aumentam o risco de irritações. Parabenos e outros conservantes são necessários para a segurança do produto, mas em quantidades elevadas podem favorecer reações adversas. O lauril sulfato de sódio, um surfactante agressivo, pode ressecar pele e cabelos. Além disso, substâncias como ftalatos, formaldeído e metais pesados devem ser evitadas devido aos seus potenciais efeitos nocivos a longo prazo.
4. Período após abertura (PAP)
Mais do que a data de validade, o PAP é essencial para garantir a segurança e a eficácia do produto. Ele é representado por um potinho aberto com um número e a letra “M” (exemplo: 6M, 12M), indicando quantos meses o produto pode ser usado após aberto. “Muitas pessoas continuam usando cosméticos vencidos sem perceber. Depois que um produto passa do tempo recomendado pelo PAP, mesmo que dentro da validade, ele pode perder a eficácia e até causar irritações na pele”, alerta Tainah.
5. Cuidado com o marketing verde
O chamado greenwashing é uma prática comum na indústria da beleza. Termos como “natural”, “vegano” e “livre de parabenos” podem parecer promissores, mas não garantem que o produto seja mais seguro ou eficaz. “Não basta confiar apenas nas promessas do rótulo. Sempre cheque a composição para entender de fato o que está presente na fórmula. Às vezes, um produto ‘vegano’ ou ‘natural’ pode conter ingredientes que não fazem diferença real para a pele”, alerta a especialista.
