Nos últimos dias, o assunto preenchimento de polimetilmetacrilato (PMMA) ficou muito em alta depois da influenciadora Maíra Cardi fazer stories no Instagram dizendo que irá retirar o seu por causa de um inchaço no rosto. Mas, afinal, o que é esse material?
“O PMMA é um gel preenchedor de baixo custo e caráter permanente, o que atrai muitos pacientes. Mas possui alta taxa de complicação a longo prazo, podendo manifestar reações mesmo após anos da aplicação, como nódulos e inflamação”, explica a dermatologista Dra. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sobre os riscos.
Isso sem contar que, se for preciso retirar o preenchimento, o PMMA não é uma substância que é possível remover de forma isolada. “Assim, essa remoção pode danificar os tecidos preenchidos, causando deformação”, diz.
Mesmo quando não há complicações, o PMMA, muitas vezes, não é capaz de gerar satisfação definitiva aos pacientes. “Isso porque o processo de envelhecimento pode causar mudanças estruturais que o produto não acompanha, tornando-o mais proeminente e gerando efeitos inestéticos”, comenta a especialista.
Por conta de questões como essa e de casos como o de Maíra Cardi, muitas pessoas que desejam fazer o preenchimento de PMMA acabam tendo dúvidas sobre ele ser seguro ou não. E, segundo a Dra. Mônica Arbi, ele até é – tanto é que é aprovado pela ANVISA para fins estéticos e reparadores –, contudo a Sociedade Brasileira de Dermatologista e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não recomendam seu uso. Inclusive, atualmente ele é pouco utilizado, costumando ser substituído por outros materiais.
Outras opções para preenchimento
Segundo a Dra. Mônica Aribi, atualmente a substância padrão para preenchimentos é o ácido hialurônico. O seu maior diferencial está no fato de ser biocompatível, o que faz com que seja muito seguro quando devidamente aplicado.
“O ácido hialurônico, substância mais comum em preenchimentos, é absorvido pelo organismo após cerca de um ano. Além disso, quando há uma hipercorreção, podemos utilizar uma enzima chamada de hialuronidase, que age dissolvendo o ácido hialurônico”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Além do ácido hialurônico, outra excelente opção, segundo a Dra. Beatriz, é a gordura, que sai do próprio paciente por meio de lipoaspiração. “Após tratada, essa gordura é reinjetada na pele para promover volume. Por isso, não tem risco de rejeição”, diz a cirurgiã plástica, que explica que esse procedimento é conhecido como lipoenxertia.
Esse procedimento não é definitivo, contudo parte da gordura é reabsorvida, assim contribuindo para a manutenção dos resultados.
Por fim, seja o PMMA ou outras substâncias, é preciso atenção para evitar complicações. “Desconfie de preços muito abaixo do mercado, pois pode ser um indício que a substância não é de qualidade. Além disso, tire todas as suas dúvidas com o médico, pergunte qual produto ele vai usar e peça para ver o rótulo e a seringa antes da aplicação”, aconselha a médica.