Em entrevista a um canal de TV em Portugal, a atriz Claudia Raia, de 58 anos, declarou que presenteou sua filha, Sofia, com um vibrador quando ela tinha 12 anos. A declaração repercutiu nas redes sociais, gerando uma série de comentários. A fala da atriz recebeu tanto aprovação quanto reprovação dos seus seguidores.
“Os brinquedos [sexuais] ajudam e muito. Hoje, os vibradores são brinquedos com prescrição médica. Tenho 17 vibradores em casa e quando a Sofia fez 12 anos, eu dei um vibrador para ela e disse: ‘vá se investigar, vai saber do que você gosta’. Hoje é prescrição médica”, disse Claudia.
Estudos indicam que o uso de vibradores pode trazer benefícios à saúde sexual e emocional, mas o tema ainda é envolto em tabus e preconceitos. Com a crescente popularização do uso de vibradores e outros acessórios para o prazer, cresce também o debate sobre quando é o momento ideal para iniciar essa prática.
Qual é a idade ideal para iniciar o uso de vibrador?
A sexóloga Sarita Milaneze explica que não existe uma idade exata para começar a usar vibradores, mas que a maturidade emocional e o conhecimento sobre o próprio corpo são fatores determinantes. “O vibrador é uma ferramenta que ajuda a mulher a explorar sua sexualidade de forma autônoma e segura. É importante, no entanto, que a pessoa se sinta confortável com sua sexualidade antes de introduzir o acessório. Não há regras fixas, mas sim um momento de autoconhecimento”, afirma.
Segundo a psiquiatra Fernanda Araújo, do ponto de vista psicológico, o uso de vibradores pode até mesmo contribuir para a saúde mental. “A prática de explorar a própria sexualidade está associada à redução do estresse e ao aumento da autoestima. No entanto, é essencial que essa introdução seja feita de forma consciente, sem pressão social ou expectativas irreais, especialmente entre jovens que ainda estão descobrindo sua identidade sexual”, ressalta.
Utilização de acessório ainda é tabu
Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que a educação sexual no Brasil ainda enfrenta desafios significativos, com 65% dos jovens brasileiros relatando que nunca receberam orientações completas sobre sexualidade na escola. Essa lacuna pode dificultar a abordagem saudável do uso de acessórios sexuais, incluindo vibradores.
Sarita Milaneze enfatiza a importância da educação sexual para que o tema seja tratado sem preconceitos. “Muitas pessoas ainda enxergam o uso de vibradores como algo polêmico ou inadequado, mas, na verdade, ele é uma forma legítima de prazer e autoconhecimento. Cabe à educação sexual desmistificar esses conceitos e mostrar que o importante é respeitar o tempo e as escolhas de cada um”, conclui a sexóloga.
