As espinhas fazem parte da vida de praticamente qualquer pessoa em algum momento. É normal que elas apareçam, especialmente na adolescência, e causem incômodo e frustração. Porém, quando isso se torna um exagero, a acne pode trazer e piorar problemas de saúde mental.
“A acne é uma doença de pele inflamatória e infecciosa, que por vezes causa também desconforto e dor. Mas a verdade é que lutar constantemente contra a acne pode sim afetar a saúde mental e até bagunçar a autoestima. Por isso, sempre orientamos os pais que levem o filho ao médico para iniciar o tratamento o quanto antes”, explica o Dr. Danilo S. Talarico, professor do Instituto Lapidare e da Faculdade Primum.
No caso de espinhas em adultos, o problema pode se tornar ainda maior, por ser menos comum ver pessoas nessa idade com muita acne. A seguir, o Dr. Danilo explica 3 consequências que a acne pode ter na saúde mental e como diminuir o problema:
Impactos negativos na autoconfiança
Muitos pacientes sofrem não só com acne ativa persistente, como com as cicatrizes que surgem na pele, mudando o relevo cutâneo. “Esse paciente tende a se sentir inseguro e envergonhado com a própria aparência. Isso pode ser tão intenso que muitos relatam evitar tirar fotos ou não gostam de se ver no espelho”, diz o Dr. Danilo.
Segundo o professor, muitas das pessoas com esse problema evitam falar sobre ele por acharem que se preocupar com a pele pode parecer algo superficial para os outros. Porém, é importante levar a sério essas questões de saúde mental.
“Em casos como esse, o médico, além de realizar o tratamento combinado, com produtos tópicos e medicações orais, ainda pode encaminhar o paciente para o psicólogo, para evitar que a doença de pele traga danos à saúde mental”, explica o especialista.
Isolamento social
Como já mencionado, pessoas com muita acne muitas vezes deixam de tirar fotos ou se olhar no espelho. Entretanto, não para por aí. Algumas evitam até sair de casa, se isolando, o que é péssimo para a saúde mental.
“Muitos pacientes sentem-se envergonhados por conta da acne inflamada ou então das cicatrizes. Também é importante destacar que ainda existe um estigma, muito errado, de que a acne tem relação com falta de higiene. Isso não é verdade. As peles são mais oleosas e com tendência à acne muito por conta da influência genética”, destaca o Dr. Danilo.
Depressão
Quando uma espinha aparece logo antes de um dia importante e você fica chateado com isso, não é necessariamente sinal de um problema mais grave. A questão é que, às vezes, a pessoa chega a ficar clinicamente deprimida.
“Essa conexão faz sentido, já que não querer ser visto ou odiar sua aparência é um fardo emocional pesado e pode dificultar até mesmo as tarefas mais simples, como sair da cama, tomar banho ou se arrastar para o trabalho”, comenta o médico.
O que fazer quando a acne está afetando sua saúde mental?
Para começar, é importante consultar um médico, que vai poder indicar tratamentos orais e tópicos para melhorar a situação da acne e, consequentemente, da saúde mental. Em alguns casos, de acordo com o Dr. Danilo, a isotretinoína, que tem efeito curativo, pode ser recomendada. Todavia, é sempre preciso seguir as indicações dos profissionais.
Ademais, quando a acne está afetando a saúde mental do paciente, ele pode ser encaminhado para um terapeuta. “Esses profissionais de saúde mental podem lhe ensinar ferramentas para controlar seu humor enquanto você aposta nos tratamentos médicos”, explica o médico.
Por fim, o especialista diz que nunca se deve espremer uma espinha. “Isso cria uma lesão profunda na pele que serve como porta de entrada para bactérias. Essas bactérias podem causar uma infecção localizada, que, se não tratada, vai se alastrar, atingindo nervos, por exemplo, e causando paralisia”, alerta.