Após morcegos positivos para a raiva serem encontrados em São Paulo na última semana, a doença voltou a ser um assunto muito comentado. A enfermidade viral é causada por um Lyssavirus, da família Rabhdoviridae e é letal em praticamente 100% dos casos, podendo acometer vários mamíferos, inclusive os seres humanos.
No caso de cães e gatos, a transmissão costuma ocorrer quando outro animal (que pode ser outro felino ou canino, um morcego, entre outros) infectado morde ou arranha o bicho. Porém, o pet também pode se contaminar de forma indireta, mordendo ou lambendo um objeto que teve contato com um animal com a doença.
Se o cão ou gato estiver com uma ferida aberta e encostar na saliva de um animal infectado, a transmissão também pode ocorrer. Segundo a médica-veterinária Dra. Aline Machado De Zoppa, os seres humanos contraem a enfermidade de forma similar, a partir de mordidas, arranhões e lambidas de animais infectados.
Entretanto, como reconhecer a raiva? E o que fazer para se proteger? A seguir, a conselheira do Hospital Veterinário do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), do Grupo UniEduK, orienta sobre esses assuntos:
Sintomas da raiva
Os principais sinais de que o animal está com a raiva estão em seu comportamento, pois ele tende a ficar mais agressivo. “O animal passa também a ter salivação abundante e fica incapaz de deglutir. É importante ainda avaliar se o cachorro foi ou não vacinado contra a raiva e seu possível contato com outros animais”, explica a Dra. Aline.
Já nos seres humanos, ela diz que os principais sintomas são: mal-estar geral, aumento da temperatura, anorexia, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade e sensação de angústia.
O grande perigo, porém, é quando a raiva atinge o sistema nervoso, causando febre, delírios, espasmos musculares involuntários e convulsões, podendo levar a pessoa a óbito.
Como se proteger?
Infelizmente, ainda não existe uma cura para a raiva, tanto em pets quanto em humanos. “Se não prevenida a tempo, a doença é fatal em quase 100% dos casos, mesmo com assistência médica”, comenta a especialista.
Por isso, a forma de se proteger é com a prevenção, vacinando cães, gatos e animais de pasto de acordo com o calendário de vacinação. Além disso, é crucial o controle populacional de bichos errantes, como morcegos, e o uso de vacina em pessoas suscetíveis, tais como biólogos, veterinários e camponeses.
É essencial ainda evitar contato com animais de rua que possa levar a mordidas ou arranhões.
O que fazer após uma mordida
Se você acabar sendo mordido por um animal de rua ou que possa estar com a doença, higienize a região abundantemente.
Se não tiver recebido a vacina contra a raiva, também deve tomá-la imediatamente, junto com a imunoglobulina antirrábica humana, para tentar evitar a evolução da doença. Isso é essencial, já que se ela evoluir, não terá cura.
Procure sempre ajuda médica e notifique as autoridades de saúde.