O empresário Henrique Chagas, de 27 anos, morreu na última segunda-feira (03) após realizar um peeling de fenol em uma clínica de estética em São Paulo. O caso chamou atenção sobre os riscos do procedimento, que se tornou popular nos últimos anos.
Considerado invasivo, o tratamento utiliza o fenol para renovar a aparência da pele, ajudando no tratamento de cicatrizes de acne, rugas, flacidez e melasma. Abaixo, você confere como ele funciona e quais riscos pode oferecer à saúde.
Como o peeling de fenol funciona?
O peeling de fenol consiste na aplicação de um composto químico que provoca uma reação inflamatória na pele. A inflamação estimula a produção de colágeno, causando uma descamação da superfície do tecido, reduzindo manchas e texturas.
No entanto, por ser um procedimento agressivo, o peeling de fenol demanda uma série de cuidados antes e após a aplicação, podendo gerar complicações graves para a saúde do paciente.
Quais os riscos do peeling de fenol?
Em entrevista ao Alto Astral, o dermatologista José Roberto Fraga Filho, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), afirmou que o peeling de fenol é uma técnica perigosa e que pode levar à morte.
“Devido a sua agressividade, ele [o fenol] pode entrar na corrente sanguínea e causar vários distúrbios no fígado, rins e principalmente no coração, onde leva a arritmia dos batimentos e posterior parada cardíaca e óbito”, alerta o profissional.
Por isso, o procedimento só deve ser feito por médicos habilitados, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente devidamente anestesiado e sob monitoramento cardíaco. Além disso, o paciente deve realizar alguns exames para garantir que está apto a fazer o procedimento.
De acordo com o especialista, o peeling de fenol é contraindicado para pessoas que têm problemas em órgãos como rins e fígado, em razão do alto grau de toxicidade renal ou hepática. Também não é indicado para pessoas com cicatrizes hipertróficas ou queloides.
Cuidados pós-procedimento
O peeling de fenol apresenta uma recuperação longa e desconfortável, que pode durar cerca de 3 meses. O processo exige acompanhamento médico e a adoção de uma série de cuidados com a pele, como manter a região hidratada e evitar expor-se ao sol. O paciente também deve ficar em casa e fazer uso de analgésicos e antibióticos para prevenir infecções.