A tricotilomania é o impulso de arrancar os fios de cabelo e pelos do corpo em situações de estresse. A condição, que é considerada comum, atinge principalmente mulheres e está relacionada à ansiedade e problemas emocionais, explica a dermatologista Dra. Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
De acordo com ela, o comportamento, muitas vezes, é inconsciente e envolve rituais, durante os quais a paciente escolhe um fio, ou um número determinado de fios, ou ainda um tipo específico de fio para remover. “Dessa forma, as falhas aparecem sem que se perceba quando elas começaram”, destaca a especialista.
Consequências da tricotilomania
Além de ser a causa de grande sofrimento, a tricotilomania tem outras consequências associadas ao ato de arrancar os fios. Sendo assim, a paciente pode sofrer com infecções e lesões dermatológicas na região em que os pelos e cabelos são arrancados. “A condição também pode deixar cicatrizes, que podem exigir tratamentos profissionais”, afirma a médica.
A tricotilomania pode surgir em qualquer momento da vida, ou seja, durante a infância, adolescência e fase adulta. Quando associada a problemas emocionais, a paciente tem total consciência de sua compulsão, ainda que não consiga resistir ao impulso de remover os pelos.
“Desta forma, podem surgir inúmeras emoções negativas como a frustração (por não conseguir controlar os impulsos), vergonha, medo de ser descoberto, além da insatisfação com a aparência (acarretada pela falta de cabelos em determinadas áreas da cabeça)”, ressalta.
Segundo a especialista, quem sofre de tricotilomania também pode ter outros comportamentos repetitivos focados no corpo, como onicofagia (roer unhas) e dermatilomania (impulso de causar lesões na própria pele). Também pode ter transtornos mentais como depressão.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da tricotilomania é realizado pelo médico dermatologista. Entretanto, o tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar com psicólogo, psiquiatra e o próprio dermatologista.
“No caso de falhas capilares, o dermatologista pode indicar suplementos, medicamentos ou tratamentos como microagulhamento, lasers e infusão de substâncias para estimular o crescimento dos fios”, finaliza Guedes.