Milhões de brasileiros sofrem diariamente com dores abdominais, diarreia, fadiga e outros sintomas debilitantes causados pelas doenças inflamatórias intestinais (DII). Apesar de afetar a qualidade de vida de tantas pessoas, essas condições ainda são pouco conhecidas pela população.
Segundo o gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo, Guilherme Berenhauser Leite, a demora em buscar ajuda médica pode levar a complicações sérias e irreversíveis, reforçando a necessidade de se falar abertamente sobre essas doenças que, silenciosamente, prejudicam a saúde e qualidade de vida.
Sintomas e consequências
As doenças inflamatórias intestinais podem provocar desde sintomas controláveis até complicações sérias. Além de manifestações como dor abdominal e diarreia, essas condições podem impactar os olhos, articulações, pele, fígado e fertilidade. O médico afirma que uma das características mais desafiadoras das DII é essa sua natureza imprevisível.
“Os pacientes podem experimentar períodos de remissão, nos quais os sintomas diminuem ou desaparecem completamente, seguidos por períodos de recaída, nos quais os sintomas pioram e requerem tratamento intensivo”, comenta o médico. Gerenciar essas flutuações pode ser emocional e fisicamente desgastante para os pacientes e suas famílias.
Principais DIIs
- Doença de Crohn: pode afetar qualquer parte do sistema digestivo, desde a boca até o ânus, causando sintomas como dor abdominal, diarreia, perda de peso, fadiga e até mesmo complicações como estenoses e fístulas.
- Colite Ulcerativa: afeta, principalmente, o cólon e o reto, causando sintomas semelhantes, como diarreia com sangue, cólicas abdominais e urgência fecal.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico e o tratamento das DII podem ser complexos. “Muitas vezes, os sintomas são semelhantes aos de outras condições gastrointestinais, o que pode atrasar o diagnóstico”, acrescenta o gastroenterologista. Uma vez diagnosticadas, as DIIs são tratadas com uma combinação de medicamentos, incluindo anti-inflamatórios, imunossupressores e terapias biológicas, além de mudanças na dieta e estilo de vida.
No entanto, apesar dos desafios, há esperança para os pacientes com DII. Avanços significativos têm sido feitos no diagnóstico, tratamento e compreensão dessas doenças. Novas terapias estão sendo desenvolvidas para controlar a inflamação e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Além disso, a conscientização sobre as DII está aumentando, o que leva a uma melhor compreensão e apoio para aqueles que vivem com essas condições. “É importante que os pacientes com suspeita de DII busquem ajuda médica o mais rápido possível. Um diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado podem ajudar a minimizar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo”, finaliza o médico.