Por hábito ou ansiedade, muitas pessoas desenvolvem a onicofagia, conhecido como o hábito de roer unhas. De acordo com um estudo publicado em 2016 na revista PubMed.com, o problema atinge até 30% da população mundial.
Conforme o odontologista, Dr. José Todescan Junior, especialista em prótese dental, odontopediatria e endodontia, a onicofagia, ou o costume de roer unhas, é uma condição que pode gerar várias consequências negativas para a saúde bucal.
“Entre os malefícios estão o desgaste dos dentes, uma vez que roer unhas coloca uma pressão significativa também sobre a arcada dentária. Isso pode causar irregularidades na superfície e, com o tempo, enfraquecer o esmalte protetor”, alerta.
Além disso, os pacientes podem desenvolver ao longo do tempo fraturas dentárias. “Ao pressionar os dentes a pessoa pode causar a fratura. E isso poderá resultar em rachaduras visíveis ou pequenas fissuras que podem se agravar até a perda do dente”, destaca.
Risco de dores e infecções
De acordo com o odontologista, a pressão ainda pode gerar deslocamento dos dentes alterando sua posição no arco dentário. “Isso pode exigir tratamento ortodôntico para corrigir problemas estéticos e funcionais”, ressalta.
O hábito de roer as unhas também pode aumentar a sensibilidade dos dentes. “O esmalte dentário fica desgastado devido ao hábito, porque deixa as camadas expostas, tornando os dentes mais sensíveis ao calor, frio e acidez”, afirma o profissional.
Dessa forma, é importante buscar ajuda para cessar a mania de roer as unhas e evitar outros problemas como disfunção da articulação temporomandibular (ATM), que provoca dores e estalos na mandíbula, e até o surgimento de doenças causadas por germes e bactérias.
O especialista lembra que as unhas acumulam impurezas que ao serem introduzidas na boca podem elevar o risco de infecções bucais e deixar o organismo mais suscetível a enfermidades como gripes, resfriados e doenças gastrointestinais.