Por conta de sua capacidade de provocar diversas reações fisiológicas que fazem a ligação direta entre o cérebro emocional e o cérebro executivo, a música tem sido utilizada para fins terapêuticos desde os tempos antigos.
Isso porque, como explica a psicóloga Márcia Ribeiro Mathias, as notas musicais são inerentes à essência humana e têm acesso direto às emoções. “Estudos antropológicos confirmam que os homens pré-históricos conviviam com sons universais, experiência que nos proporcionou a capacidade de expressar os sentimentos antes mesmo de termos as palavras”, complementa.
Assim, para entender o poder da música, é necessário compreender que os estímulos externos recebidos pelo ser humano a todo o momento são decodificados em determinados locais do cérebro. “Existem regiões para decodificação da fala, da leitura e da escrita, assim como existem áreas específicas envolvidas no reconhecimento de melodias, no reconhecimento harmônico, no reconhecimento rítmico, e outros pontos que fazem parte da estrutura da própria música”, explica o neurologista Mauro Muszkat.
No entanto, ao contrário de certos estímulos mais “simples”, uma música possui melodia, ritmo, harmonia, entre outros elementos, que são apreendidos ao mesmo tempo pelo cérebro, fazendo com que diferentes áreas sejam ativadas ao mesmo tempo. “Todo som provoca estímulos no cérebro e no corpo. Entoando vogais ou ouvindo uma música orquestrada, você terá mais ou menos pontos acionados”, salienta Maria Isabel.
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Texto e entrevistas: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Maria Isabel da Penha Sinegaglia, musicoterapeuta do Instituto MATOBA, em Osasco (SP); Marcia Mathias, psicóloga, sexóloga, psicopedagoga, hipnoterapeuta clínica, coach, presidente da Ahierj (Associação de Hipnose do Estado do Rio de Janeiro) e vice-presidente da ASBH (Sociedade Brasileira de Hipnose); Mauro Muszkat, neurologista, neuropediatra, professor titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)