A regra é clara: leite e seus derivados devem ser restritos para quem tem intolerância à lactose. O problema pode se manifestar em qualquer idade, a deficiência de lactase — outro nome dado ao distúrbio — nada mais é do que a incapacidade do organismo de digerir lactose, um tipo de açúcar.
“A intolerância ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, a enzima digestiva lactase, que é a responsável pela hidrólise da lactose em glicose e galactose”, explica o personal cook Henrique Teixeira, que também é sanitarista especialista em nutrição esportiva e estética.
Sintomas mais comuns
Os sinais apresentados por quem tem intolerância à lactose concentram-se, basicamente, no sistema digestivo, podendo se manifestar em poucos minutos após a ingestão de algum alimento com a proteína. Os principais são: diarreia; náusea e, às vezes, vômito; dores abdominais; inchaço e cólicas intestinais.
Tratamento
Assim como na dieta de quem tem a doença celíaca, o melhor tratamento para quem possui intolerância à lactose é excluir os alimentos fontes desse tipo de açúcar do cardápio. Dessa maneira, produtos como leite, manteiga e queijo ficam restritos às refeições. “A intolerância à lactose não é uma patologia, sendo caracterizada por uma carência do organismo no que tange à enzima lactase. Portanto, umas das alternativas efetivas para o controle dos sintomas é a substituição de produtos lácteos comuns pelos lácteos sem lactose”, salienta Teixeira. Com a adaptação da alimentação, males como retenção de líquidos, problemas intestinais e outros desconfortos devem desaparecer.
É intolerância ou alergia?
Há quem confunda a intolerância à lactose com a alergia ao leite. No entanto, vários aspectos as tornam diferentes. “A alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma pequena porção de leite ou derivados. A mais comum é a alergia ao leite de vaca, que pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório. Cabe destacar que os sintomas da alergia podem surgir imediatamente ou até várias horas ou dias após a ingestão do alimento. Já a intolerância à lactose é um distúrbio digestivo relacionado à baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado. Os sintomas podem variar de acordo com a quantidade de leite e derivados ingeridos”, esclarece o especialista.
E o cálcio?
Os laticínios são as fontes mais conhecidas de cálcio, mineral que mantém a saúde óssea em dia. No entanto, quem exclui esses alimentos do prato pode sofrer com as consequências, se o cardápio não for adaptado por um nutricionista. “O problema de se retirar a lactose, principalmente para as mulheres, está no fato de se reduzir o consumo de cálcio. Um menor consumo do mineral pode levar à redução da massa óssea e, até mesmo, à osteoporose (doença que enfraquece os ossos) e fraturas”, destaca a nutróloga Andrea Pereira.
Algumas exceções
Apesar de ser derivado do leite, o iogurte (com lactobacilos vivos) conta com pouca quantidade de lactose em sua composição. “Ele contém baixo teor de lactose, pois é parcialmente transformado em ácido láctico (durante o percurso da fermentação), facilitando sua assimilação em indivíduos com intolerância à substância”, explica a nutricionista Juliana Castelli.
Dessa forma, dependendo do grau de intolerância ao tipo de açúcar, algumas pessoas podem consumir o iogurte. Outra opção é procurar no mercado produtos sem lactose. Atualmente existem opções como chocolate, queijos, entre outros, que excluem a substância da sua composição.
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Texto: Redação Alto Astral
Consultoria: Henrique Teixeira, personal cook, sanitarista especialista em nutrição esportiva e estética; Andrea Pereira, nutróloga