Quem nunca ficou em dúvida entre levar um alimento ou outro no supermercado, não é mesmo? Essa é uma situação que acontece com frequência e, normalmente, o principal critério para o "desempate" é a análise do rótulo dos alimentos.
Esse pode ser um procedimento um pouco mais complicado, já que algumas embalagens contêm nomes ou fórmulas pouco conhecidas. Porém, aprender a ler o rótulo dos alimentos é um conhecimento que vale a pena adquirir, viu?
Ainda mais se você é uma pessoa que preza por uma alimentação saudável e equilibrada. Por isso, vamos explicar algumas dicas para quem deseja entender melhor as informações que constam nas embalagens de comida.
Rótulo de alimentos: o que é e para que serve?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pelas normas de rotulagem de alimentos industrializados, implantou em 2001 a obrigatoriedade de informações nutricionais nos rótulos dos produtos.
E essa é uma importante ferramenta porque influencia na decisão de consumo de cada produto. Através da rotulagem, é possível entender se aquele é um alimento adequado para a dieta ou ainda se ele possui alimentos que podem desencadear uma reação alérgica em pessoas que possuem este problema de saúde.
Informações essenciais para se atentar no rótulo dos alimentos:
1. Norma dos ingredientes:
Conforme as regras da Anvisa, a descrição de ingredientes presente em um alimento acontece em ordem decrescente, ou seja, o ingrediente que aparece primeiro possui uma maior quantidade no alimento. Já a que aparece por último, está menos presente.
E, apesar dessa norma ser um ótimo parâmetro, ainda é necessário ficar atento à composição de determinados produtos. Corantes artificiais e aditivos químicos, por exemplo, são ingredientes que costumam aparecer no final dessa lista por serem acrescentados em pequenas quantidades. Contudo, eles são o suficiente para afastar um determinado alimento da categoria "natural".
Então, se você é a pessoa que preza por uma alimentação saudável e natural, é preciso ficar de olho. Somado a outros alimentos consumidos no dia a dia, esses corantes e aditivos podem resultar em uma ingestão de elementos indesejados.
Por fim, também é importante prestar atenção quando os primeiros ingredientes forem açúcar e gordura/óleo, que conferem alto índice calórico ao produto.
2. Informações nutricionais:
Outro dado essencial para a análise de rótulo dos alimentos é a porção, nas informações nutricionais. Muitas pessoas se iludem pensando que um alimento possui uma ingestão calórica baixa, porém não se atentam a quantas porções existem naquela embalagem.
Outros informações obrigatórias para constar no local são: valor energético, carboidratos, proteínas, bem como gorduras totais, saturadas e trans, além de fibra alimentar e sódio. Para cada nutriente a tabela apresenta a quantidade em gramas (g) ou miligramas (mg). Também é informado o percentual do valor diário (VD%), equivalente à proporção de cada item em relação à quantidade recomendada para uma dieta saudável de um adulto, sendo de 2.000kcal.
Segundo indicações do Manual de Orientação aos Consumidores da Anvisa, é importante verificar a tabela nutricional de alimentos semelhantes para identificar as melhores opções, com baixos valores diários de gorduras trans, saturadas e sódio, além de altos valores diários de fibras alimentares.
3. Calorias:
Alimentos calóricos são aqueles que apresentam alto índice de calorias. Apesar de os alimentos de alta densidade energética estarem relacionados à abundante de gordura e açúcar, também possuem relação com a quantidade de água. Por exemplo, legumes, frutas e verduras são alimentos com grande quantidade de água.
Já óleos, farinha, açúcar e manteiga possuem alta densidade energética e pouca quantidade de água. Os alimentos mais populares, com alto teor calórico ou ricos em gorduras e açúcares são: frituras, bebidas açucaradas (refrigerantes e sucos industrializados), pizza, hamburguer, batata frita, bacon, cachorro-quente e bolacha recheada, entre outros.
Estudos apontam que os valores de energia aconselhados para um adulto saudável podem variar entre 1.800 calorias a 2.500 calorias por dia.
4. Açúcares:
Outro item para se atentar no rótulo dos alimentos são os açúcares, já que ele pode aparecer “disfarçado” em embalagens de alimentos industrializados com os nomes: xarope de glicose, xarope de milho, glicose de milho, glicose, dextrose, frutose, maltose, galactose, maltodextrina ou sacarose.
Alimentos com excesso de açúcar refinado, óleos oxidados e farinha branca podem causar inflamações no organismo. Além disso, o consumo em excesso também pode ocasionar outros problemas de saúde, incluindo diabetes, obesidade e cáries.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda que, no máximo, 10% das calorias diárias sejam derivadas de açúcar, ou seja, para uma dieta de 2.000 calorias, essa taxa equivale a 50 gramas de açúcar por dia (ou dez colheres de chá). Por isso, é fundamental prestar atenção no rótulo para não ultrapassar o limite diário.
5. Alimentos light ou diet
Duas opções amplamente conhecidas são os produtos light e diet. Mas você sabe a fundo qual a diferença entre eles? Para entender isso representa na prática é necessário analisar quais ingredientes foram reduzidos no produto final.
As versões light apresentam a partir de 25% menos gordura ou outros elementos em relação à versão original do produto. Já as formulações diet devem ter a suspensão total de algum ingrediente, como zero açúcar, zero sal ou zero gordura.
Pessoas com diabetes, colesterol alto ou pressão alta podem utilizar estas versões dos produtos. Preste bastante atenção ao ingrediente reduzido na preparação do produto. Adicionalmente, considere que produtos light e diet, geralmente, são ultraprocessados e exigem moderação no consumo.
6. Informações básicas sobre o produto:
Além da lista de ingredientes, um alimento também deve conter no rótulo informações sobre a validade do produto, nome e endereço do fabricante, tipo de conservação, número do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e identificação do lote, entre outros dados.
Por fim, sempre quando um alimento apresenta algum ingrediente ou característica na sua composição que possa representar risco para o consumidor em geral ou grupos de pessoas com restrições alimentares, essa informação deverá estar presente no rótulo do produto, conforme prevê a legislação.
Viu como não é tão difícil ler o rótulo dos alimentos? Agora basta implementar essa prática na próxima ida ao supermercado e escolher seus produtos com consciência!