Dia 23 de setembro é considerado o Dia Mundial de Combate ao Estresse. A data serve para conscientizar e alertar sobre os perigos dessa reação do organismo, já que o estresse serve como gatilho para desencadear outros problemas de saúde.
A ansiedade, por exemplo, é um deles. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil já é o país com mais pessoas ansiosas no mundo. Estima-se que pelo menos 10% da população do país conviva com esse transtorno.
Os sintomas da ansiedade causada pelo estresse podem variar de pessoa para pessoa. Contudo, um dos que mais preocupam é a compulsão alimentar periódica. Para a endocrinologista Elaine Dias JK, “os principais gatilhos para esse distúrbio são momentos de muito estresse que levam a pessoa a comer uma grande quantidade de comida e, geralmente, muito calórica em pouco tempo”, comenta.
A grande questão é que, quando não tratada, a compulsão alimentar pode colaborar para o aumento dos casos de obesidade. Dados do Ministério da Saúde já mostram que o excesso de peso está em mais de 60% da população, sendo que cerca de 20% dos adultos já estão obesos. Aliado a isso, 27% das pessoas com grau 3 de obesidade, relataram sofrer constrangimentos todos os dias.
A especialista explica que o excesso de peso está atrelado a diversos fatores além do estresse, como: ansiedade, depressão, genética, alterações hormonais e ambiente familiar. “Infelizmente, os pacientes obesos sofrem muito preconceito da sociedade e passam constrangimentos diários, sendo esse um dos gatilhos para compulsão alimentar através do estresse”, alerta Elaine.
Estresse e a compulsão alimentar colaboram para esse cenário
Uma das reações provocadas pelo estresse e que pode levar à compulsão alimentar periódica é a busca por comidas mais palatáveis. Ou seja, aquelas que são mais açucaradas e gordurosas. “A grande quantidade é vista como forma de recompensa pelo dia estressante, através do sistema límbico do sistema nervoso central”, explica a endocrinologista.
Nestes casos, o ideal é sempre procurar por ajuda profissional, afinal, essa “bola de neve” pode se tornar ainda maior já que problemas de saúde como a diabetes, hipertensão, artrose, colesterol elevado e esteatose hepática podem surgir.
Atitudes que podem evitar o estresse e a compulsão alimentar:
Ainda assim, ajustes simples podem ajudar você a evitar que o estresse e a compulsão. Para isso, a Dra. Elaine Dias JK fez uma lista com hábitos simples que podem transformar a sua rotina. Confira a seguir:
- Realizar atividades físicas de forma regular;
- Dormir de 7 a 9 horas por noite;
- Evitar ir tarde da noite para a cama;
- Realizar a higiene do sono;
- Ingerir comidas saudáveis,
- Inserir a meditação na rotina diária.
Em relação aos alimentos ideais, a endocrinologista enfatiza a importância do descascar mais e abrir menos. “Ingerir o máximo possível de alimentos não industrializados, frescos e naturais, evitando opções que são fabricadas e, principalmente, os ultras processados e ricos em gordura trans. Esses alimentos levam a inflamação do nosso corpo, piorando o hormônio do estresse”, finaliza.
Fonte: Elaine Dias JK, médica endocrinologista, metabologista e PhD em endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP).