Saúde

Cerveja pode fazer bem para a saúde? Nutricionista esclarece

Se consumida em grandes quantidades, a cerveja pode produzir efeitos nocivos para o funcionamento do organismo

O consumo em excesso de cerveja pode acarretar riscos para a saúde - Foto: Shutterstock

Você provavelmente já ouviu por aí que beber cerveja faz bem para a saúde. Muitos afirmam que ela possui benefícios por conter antioxidantes e vitaminas do complexo B, além de potencial para baixar a pressão arterial. 

Porém, um estudo britânico de longo prazo, realizado com homens e mulheres saudáveis durante 30 anos, revelou que mesmo o consumo moderado de cerveja pode aumentar em até três vezes o risco de doenças cerebrais e atrofia do hipocampo.

De acordo com a nutricionista Dani Borges, muitas pesquisas e notícias afirmam que a cerveja traz diversos benefícios para o bom funcionamento do nosso cérebro, mas isso é muito complexo. 

“Por vezes estudos com camundongos mostram alguns resultados, mas nas pessoas é totalmente diferente. Outras vezes analisam o lúpulo e a cevada individualmente, e isso não quer dizer que os nutrientes desses ingredientes serão absorvidos em quantidade suficiente em apenas uma lata. Ou seja, precisaríamos beber muito, e com isso vem outras dezenas de malefícios do álcool”, explica. 

Quanto à melhora na pressão arterial, os dados não são tão expressivos, e existem outras práticas bem mais saudáveis e com resultados melhores para a pressão, aponta Borges. “Bebendo uma lata, não percebemos nada de tão especial. E bebendo mais que isso, a pressão arterial também pode ser afetada negativamente”, alerta.

Além disso, algumas cervejas, especialmente as de cereais não maltados, possuem carboidratos que podem elevar o índice glicêmico, comprometendo o processo de emagrecimento e inibindo a produção de testosterona, que compromete o ganho de massa muscular.

Cerveja tem vitamina?

Segundo a nutricionista, a cerveja contém pequenas quantidades de vitamina B6, e que há muita propaganda enganosa sobre o assunto. No entanto, ela destaca que outros alimentos possuem níveis muito mais elevados dessa vitamina. 

“Para adultos com até 50 anos, a ingestão diária ideal de vitamina B6 é de 1,3 mg. Pistache sem sal possui 1,70 mg, amendoim 0,30 mg. Enquanto a cerveja tem 0.046mg. (Em 100g), ou seja, é melhor comer uma boa refeição”, recomenda a especialista. 

Consumo consciente e responsável

Apesar de alguns estudos apontarem pequenos benefícios do consumo moderado de cerveja, é fundamental considerar os riscos à saúde quanto à ingestão. Dani ressalta que é essencial controlar a quantidade ingerida ou evitar o consumo. 

Optar por cervejas artesanais, que geralmente têm maior qualidade, se te fazem beber menos que as marcas baratas de mercado, pode ser uma alternativa para diminuir a ingestão e ter maior apreço pela experiência.

Para quem não resiste a uma cerveja, a nutricionista dá algumas dicas que irão ajudar a diminuir o impacto da bebida:

  • Consuma alimentos ricos em gordura e proteína antes de beber, pois isso pode diminuir a absorção do álcool;
  • Hidrate-se bem antes, durante e depois do consumo de cerveja;
  • Consuma a cerveja de forma moderada e evite o consumo exagerado;
  • Intercale com sucos para reduzir a quantidade de álcool ingerida;
  • Beba lentamente, permitindo que o fígado tenha tempo para metabolizar o álcool.

Como se livrar da ressaca

Caso você exagere na quantidade de cerveja e a ressaca chegue pela manhã, a nutricionista recomenda descansar e manter-se bem hidratado, além de consumir alimentos ricos em vitaminas e água, como pera e melancia. 

Fonte: Saúde em Dia

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