A depressão pode surgir como sintoma de várias circunstâncias: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes e circunstâncias sociais e econômicas difíceis. Enquanto síndrome, a doença inclui alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia) e vários outros aspectos, como alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite).
“Ela tem sido classificada de várias formas, dependendo do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Os tipos de depressão mais citados são: melancolia, psicótica, catatônica, distimia, atípica, sazonal, transtorno depressivo maior e transtorno bipolar”, diz o psiquiatra José Alberto Del Porto, professor titular do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Melancolia
É considerado como um princípio de depressão, para o qual os fatores genéticos são muito determinantes e que responde melhor a tratamentos em que busca-se controlar os níveis de cortisol (hormônio do estresse) no organismo. Agitação, alterações no sono e de apetite são sintomas comuns nesse caso.
Depressão psicótica
É quando a depressão apresenta quadros de delírios e alucinações, situação que corresponde a 15% dos casos depressivos. Os sintomas estão muito relacionados aos sentimentos de culpa e de punição e a pessoa tende a interpretar situações corriqueiras como defeitos pessoais. “A pessoa pode acreditar, por exemplo, estar com o fígado ‘apodrecido’, ou com determinados órgãos ‘tomados por câncer’”, diz Del Porto.
Depressão catatônica
Catatonia é quando o comportamento de uma pessoa alterna entre períodos de extrema passividade e outros de agitação. Imobilidade quase total, atividade motora repetitiva, negativismo extremo, obediência ou imitação automática são alguns dos sintomas desse tipo de depressão. Como os sintomas são evidentes, o tratamento interrompe a evolução para situações mais graves.
Distimia
É uma depressão crônica, no qual a intensidade dos sintomas é mais leve, porém, muito frequente. “Os pacientes sofrem por não sentirem prazer em atividades habituais e terem suas vidas permeadas por uma morosidade irritante”, conta o psiquiatra.
Depressão atípica
Característica de pessoas com sensibilidade extrema, que têm a impressão de sofrer de rejeição alheia, é muito comum nos transtornos bipolares. Mau humor, sensação de fadiga acentuada e “peso” nos membros, aumento de peso e do apetite são comuns nesse quadro.
Sazonal
“Alteração de comportamento influenciada pelas mudanças de estação. É mais comum no hemisfério norte, onde primavera, verão, outono e inverno são mais bem definidos”, explica. A ausência de luz, como nos dias de inverno, aumenta a produção de melatonina, hormônio que promove relaxamento e sonolência. Em excesso, pode levar o indivíduo à depressão.
Transtorno depressivo maior
É a classificação mais abrangente da doença, pois inclui desde reações de luto até manifestações mais graves, com influência biológica e/ou genética. “Humor deprimido ou perda de interesse ou prazer durante um período de duas semanas são os principais sinais do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais”, diz Del Porto. Por tratar-se de um conceito amplo, se visto apenas dessa forma, pode dificultar o diagnóstico e o tratamento do paciente.
Transtorno bipolar
A pessoa deprimida apresenta uma alternância marcante entre dois pólos afetivos. Um é chamado de “mania”, quando o indivíduo está muito eufórico, e o outro de depressão, quando se sente sem expectativa e muitas vezes mal sai da cama para realizar a higiene pessoal básica.
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