Várias mulheres têm o sonho de ser mãe, mas veem esse desejo ameaçado conforme envelhecem. A fertilidade feminina tem uma queda após os 30 anos e isso fica ainda mais acentuado depois dos 35, então quando passam dessa idade muitas mulheres se frustram com a ideia de que podem não conseguir mais engravidar ou de que será mais perigoso.
“Essa queda na fertilidade é decorrente do fato de a mulher já nascer com todo o estoque de óvulos que será utilizado durante toda a vida reprodutiva e, ao longo do tempo, há queda da quantidade e da qualidade dos óvulos, com mais erros genéticos”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana. Isso dificulta a gestação e aumenta o risco de abortos espontâneos.
Assim, o congelamento de óvulos enquanto ainda se está em uma idade mais fértil se tornou uma saída para muitas. Antes de se decidir por essa técnica, porém, é importante saber bem como ela funciona e como fazê-la da melhor forma possível.
A seguir, o Dr. Rodrigo Rosa, que é diretor clínico da Clínica Mater Prime, explica informações e esclarece as principais dúvidas sobre o congelamento de óvulos:
A técnica
O congelamento de óvulos ocorre a partir da criopreservação, que também consegue congelar tecido ovariano, espermatozoides e embriões. “Na temperatura de -196°C, esses organismos mantêm seu metabolismo completamente inativado, mas preservando um desenvolvimento potencial e viabilidade”, diz o médico.
Segundo o especialista em reprodução humana, como o óvulo é a maior célula do corpo humano e contém uma grande quantidade de água, é preciso cuidado ao congelá-lo. “Com o passar dos anos, aprendemos que devemos desidratar o ovo e substituir a água por um “anticongelante” antes do congelamento para evitar a formação de cristais de gelo”, comenta.
Quem deve considerar o congelamento de óvulos e qual a idade mais adequada?
O procedimento pode ser benéfico para muitas mulheres que, por algum motivo, queiram preservar sua fertilidade por mais tempo. É o caso daquelas que queiram ter filhos mais velhas por conta de outros objetivos, tenham alguma doença que interfira na fertilidade ou histórico de menopausa precoce na família.
Sobre a idade para fazer o congelamento, quanto mais cedo melhor, de acordo com o médico. O ideal é até os 35 anos, pois isso dará mais chances de sucesso, todavia nada impede que a mulher faça isso aos 40, por exemplo. A partir dos 43, a chance de sucesso é bem menor.
“Vale o ditado ‘antes tarde do que mais tarde’. Para mulheres que já possuem 39 anos e não tem previsão de gravidez a curto prazo, o melhor é congelar os óvulos o quanto antes. É melhor ter 15 a 20% de chance de ter um bebê do que passar o tempo e, quando houver possibilidade de gestação aos 42, 43 ou 45 anos, não ter feito nada”, explica o especialista.
Por quanto tempo os óvulos podem permanecer congelados?
Não há uma quantidade de tempo exata. Contudo, o Dr. Rodrigo Rosa diz que há evidências científicas de que não há diminuição de qualidade em armazenamentos de óvulos de longo prazo.
O congelamento de óvulos é seguro?
O especialista afirma que há vários estudos que indicam a segurança desse procedimento. Segundo essas pesquisas, o congelamento de óvulos não causa aumento na taxa de defeitos congênitos ou defeitos cromossômicos. Ademais, não há crescimento da taca de complicações na gravidez.