Saúde

Depressão: saiba como o doença se esconde no cotidiano

Comportamentos sutis, sintomas ignorados e rotina em modo automático dificultam o reconhecimento do transtorno

A depressão tem impacto significativo na vida diária e exige tratamento profissional adequado - Foto: Shutterstock

Ninguém acorda num dia comum e decide ter depressão. Ela não chega com manual de instruções nem com data marcada. Às vezes, começa com uma apatia discreta, uma desistência pequena aqui, outra ali. Em outras, vem como um cansaço crônico disfarçado de produtividade. Em muitos casos, ela caminha ao lado da ansiedade, ampliando o desgaste interno e tornando ainda mais difícil perceber o espaço que vai sendo tomado por esse vazio emocional — até ocupar o lugar de tudo que antes era desejo, afeto ou presença.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais de 300 milhões de pessoas convivem com o transtorno no mundo. No Brasil, uma em cada dez já foi diagnosticada com algum grau de depressão. Mas por trás dos números está o que realmente importa: histórias não contadas, pressões emocionais engolidas, traumas que nunca foram elaborados. E é justamente aí que entra a proposta da TRG — Terapia do Reprocessamento Generativo — metodologia desenvolvida pelo IBFT, o Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas.

“A depressão é conhecida, na maioria das vezes, como um desequilíbrio químico. Entretanto, entendemos este quadro como uma tentativa do corpo de interromper uma dor emocional que se repete silenciosamente. Por isso, tratar as causas destes sintomas é essencial para um desfecho definitivo”, explica Jair Soares, psicólogo e fundador do IBFT.

A rotina continua, mas a pessoa some

Nem sempre a depressão é dramática. Ela pode morar em sorrisos forçados, na hiperprodutividade como fuga, na irritação constante ou na indiferença repentina. São formas sutis de afastamento emocional que costumam passar despercebidas até mesmo para quem sofre. O corpo vai, mas a presença verdadeira desaparece. Para o especialista, muitos dos alunos que chegam ao instituto buscam exatamente esse tipo de compreensão: aprender a enxergar o sintoma como uma linguagem do inconsciente. “Quando as causas não falam, o inconsciente reage através dos sintomas”, afirma.

Tratamentos alternativos 

O tratamento da depressão é fundamental para controlar os sintomas. Entre as possibilidades, o especialista recomenda a abordagem da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), que, segundo ele, parte do princípio de que cada sintoma tem uma lógica emocional própria. Ao invés de enquadrar o paciente em rótulos genéricos, o foco está em reprocessar a trajetória única de cada um. 

“A proposta da metodologia TRG é reprocessar a trajetória da pessoa por meio de protocolos que permitem revisitar, de forma segura, acontecimentos marcantes desde a infância até a fase adulta. Esse processo conduz ao reequilíbrio neurológico — e não apenas ao alívio temporário. Não trabalhamos com o conceito de ressignificação, e sim com o reprocessamento. Após esse trabalho, não restam gatilhos, apenas lembranças. A dor que paralisa hoje tem uma raiz emocional antiga. Se tratamos só o efeito, a origem continua ativa. E é por isso que a depressão costuma voltar, mesmo depois de tratamentos convencionais”, pontua Jair.

De acordo com o psicólogo,remédios costumam apenas amenizar os sintomas, sem tratar a causa real do sofrimento — e, com o tempo, podem gerar dependência. É natural que muitas pessoas queiram deixar esse ciclo para trás. Nunca orientamos a interrupção por conta própria, mas o que vemos na prática é que, conforme o equilíbrio emocional se restabelece, os próprios médicos avaliam a evolução e decidem reduzir ou suspender o uso”. Essa compreensão profunda faz diferença especialmente nos casos em que a depressão não se manifesta de forma evidente. “Tem gente que só percebe o buraco quando já está dentro dele. Antes disso, vive empurrando os sinais com a barriga: o sono que não vem, a vontade que some, os vínculos que se desgastam”, reforça.

Para o profissional, complementar abordagens com um olhar mais humano, profundo e integrativo é um passo fundamental. “A depressão pode até ter muitos nomes — distimia, episódio depressivo, burnout — mas, no fundo, carrega sempre um mesmo chamado: algo dentro de nós precisa ser visto, ouvido e cuidado”, finaliza Jair Soares.

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