O lipedema é uma doença inflamatória crônica que acomete a gordura dos membros inferiores e, algumas vezes, nos membros superiores. Entre as causas estão fatores genéticos e hormonais.
Além disso, mudanças comportamentais, como ganho de peso, e uso de alguns medicamentos como corticoides e anticoncepcionais orais, e alguns traumas cirúrgicos, também podem vir a desencadear a doença.
A cirurgiã plástica Heloise Dall’Ago, diretora-executiva do Centro Especializado em Lipedema, conta que o tratamento pode incluir cirurgia em alguns casos. “A cirurgia não é indicada para todos os pacientes, mas ela é uma ferramenta muito útil principalmente para os pacientes que têm muita dor”, diz.
De acordo com a especialista, o procedimento é realizado em pacientes que estão em estágio de progressão e/ou em estágios mais avançados da doença, para o agravamento de alterações articulares.
“Mas a cirurgia nunca vai ser a primeira opção, mas sim uma secundária após, pelo menos, o início de um tratamento clínico e conservador”, ressalta Heloise Dall’Ago.
Pós-operatório
A cirurgia de redução de lipedema é realizada por meio de uma lipoaspiração, que é diferente da lipoaspiração estética tradicional. Os cuidados pós-operatórios envolvem uso de medicamentos e botas pneumáticas para compressão.
O processo também exige fisioterapia especializada e outros cuidados específicos no tratamento de lipedema, como a realização de drenagem linfática para eliminação do excesso de líquido que se forma nas primeiras semanas.
Contraindicações
Assim como todo procedimento, a cirurgia de redução de lipedema possui algumas contraindicações, que envolvem as condições do paciente para a realização da cirurgia.
Segundo a cirurgiã plástica Heloise Dall’Ago, uma das maiores contraindicações é, basicamente, para os pacientes que acreditam que a cirurgia vai trazer sempre a melhora estética das pernas.
“Claro que a melhora estética sempre vai ser um objetivo também. Nós queremos trazer isso para os pacientes, mas a gente tem que entender que, por ser uma doença, o objetivo maior vai ser sempre a melhora funcional, melhora da dor, qualidade de vida e mobilidade”, explica.
Vale ressaltar que o lipedema é uma doença crônica que não tem cura, sendo muitas vezes genética. Conforme a especialista, o que faz com que ela se desenvolva está muito relacionado com o ambiente em que o paciente vive e mudanças comportamentais.
“Os pacientes precisam entender que o estilo de vida saudável e que as mudanças nos hábitos fazem parte do dia a dia de qualquer pessoa”, aponta Heloise. “O tratamento é interdisciplinar com nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, acompanhamento com personal trainer, e que sejam especialistas dedicados a estudar o lipedema”, finaliza.