Saúde

Vitamina D: médica fala sobre benefícios e riscos para a saúde

Endocrinologista explica as funções da vitamina D e os perigos da suplementação sem orientação profissional

A suplementação da vitamina D exige acompanhamento médico - Foto: Shutterstock

A vitamina D é essencial para o funcionamento do organismo, pois desempenha uma série de funções fundamentais para a manutenção da saúde. Além de estimular a absorção de nutrientes que contribuem para o fortalecimento ósseo, ela também ajuda a regular a imunidade e o metabolismo. 

“A vitamina D é fundamental para a regulação do metabolismo do cálcio e do fósforo, cruciais para a formação de ossos e dentes saudáveis,” explica a endocrinologista Lanna Gomes, sócia da Vilaví Clinic. “Ela também modula o sistema imunológico, influencia a função muscular e regula a secreção de insulina, desempenhando um papel na prevenção de doenças crônicas”, completa. 

Vitamina ou hormônio?

Com o tempo, a vitamina D passou a ser considerada um hormônio devido à conversão feita no fígado e nos rins em calcitriol, que é a forma ativa da substância. “O calcitriol age em vários tecidos do corpo, regulando a expressão gênica e influenciando múltiplas funções fisiológicas”, destaca Lanna. Como ela explica, todo esse processo é característico da ação hormonal, justificando a referência à vitamina como hormônio.

Além disso, a endocrinologista também ressalta a relação entre a vitamina D e o emagrecimento. “Embora ainda em estudo, há evidências de que níveis adequados da vitamina podem influenciar o metabolismo energético e a queima de gordura, além de modular hormônios relacionados à fome e saciedade, como a leptina”, argumenta Lanna Gomes.

Suplementação segura

Com relação à suplementação, a médica enfatiza que alguns grupos são mais suscetíveis à deficiência de vitamina D, exigindo a suplementação do nutriente no organismo. Entre eles estão pacientes idosos, pessoas com exposição solar limitada, indivíduos com pele mais escura, pacientes obesos, gestantes e pessoas com condições que afetam a absorção de nutrientes, como doença celíaca.

Nos últimos anos, a medicação se tornou parte do consumo de rotina de várias pessoas. De fato, o acompanhamento feito pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) aponta que 79% dos brasileiros com mais de 16 anos admitem o consumo de medicamentos sem prescrição médica. Contudo, mesmo nos grupos que precisam da suplementação, é preciso ficar atento aos perigos da automedicação, que pode trazer complicações para a saúde.

“A suplementação sem orientação médica pode levar à hipervitaminose D, causando hipercalcemia. A condição é caracterizada pela presença de níveis elevados de cálcio no sangue e pode levar a sintomas como náuseas, vômitos, fraqueza e, em casos graves, danos renais e calcificação de tecidos moles”, explica Lanna. Assim, é importante que a suplementação seja feita com base em exames laboratoriais e avaliação clínica individualizada de cada paciente.

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