A alopecia areata é uma doença inflamatória autoimune que provoca a queda dos cabelos e dos pelos em diferentes regiões do corpo. A perda de fios resulta em falhas circulares, sem pelos ou cabelos, podendo ocorrer em curtos períodos.
Segundo a especialista em medicina capilar Patrícia Marques, a alopecia areata não é cicatricial, ou seja, o bulbo capilar não sofre fibrose. Por isso, mesmo após décadas do início da doença, os pelos podem voltar a crescer com tratamento.
“Essa situação é diferente da calvície, por exemplo, onde o pelo acaba perdido, ou da alopecia frontal fibrosante, que também não tem como recuperar os fios”, conta a profissional.
Causas da doença
A alopecia areata está entre os tipos mais comuns de queda de cabelo e pode ser causada por fatores genéticos e emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos. Além disso, ela pode atingir tanto homens quanto mulheres, na mesma proporção.
“Quase sempre, a alopecia areata acomete pessoas jovens, não é comum em crianças. Na maior parte dos casos, aparece entre 20 e 30 anos e frequentemente está associada a outras doenças autoimunes, como o vitiligo e a tireoide”, explica Marques.
Tipos e tratamento
O tipo mais comum da doença é uma placa oval única, mas há a forma de placas múltiplas; a totalis, em que a pessoa fica careca, mas com sobrancelha, cílios e pêlos corporais, além da universal, que faz cair todos os cabelos e pelos do corpo. Existe também a forma difusa, que pode se confundir com outras doenças e é de difícil diagnóstico.
Nas formas mais comuns de placas, o tratamento é tópico, ou seja, com medicamentos aplicados na região acometida, apenas. Mas nas outras formas de apresentação, o tratamento deve ser via oral – já que fica difícil passar algum produto no corpo inteiro ou na cabeça toda.
Os medicamentos mais utilizados são o minoxidil e corticoides em injeções tópicas. A maior parte dos casos responde bem ao tratamento e os cabelos voltam a crescer, porém isso não é regra.
Já para os casos graves, utilizam-se medicamentos imunomoduladores que agem diminuindo a resposta autoimune do corpo em relação ao pelo. A Anvisa aprovou recentemente um novo medicamento dessa classe, o Baricitinib, que promete diminuir a inflamação no folículo e permitir que os fios voltem a crescer.
“O grande problema é que geralmente são remédios muito caros, então o acesso fica restrito, sendo necessário entrar com medidas judiciais ou na fila de tratamentos de alto custo. O valor é algo que ainda limita bastante, apesar de ser um medicamento que está dentro do que existe de mais moderno”, conclui a tricologista.