“Roberta acorda às 6h e já começa sua maratona diária: prepara o café da manhã, ao mesmo tempo em que se esforça para conseguir tirar o filho da cama. Depois de se arrumar, deixa a criança na escola e vai para a empresa onde trabalha. Lá, ela fica até as 17h e corre para chegar em casa a tempo de preparar o jantar. Enquanto cozinha, aproveita para limpar a casa e ajudar na lição de casa do filho e, quando o marido chega do trabalho, todos jantam. Após comerem, o homem lava a louça e Roberta põe o menino para dormir. Mas, antes de se deitar, ela revisa o conteúdo da reunião que terá no dia seguinte. Só então é que Roberta consegue descansar, poucas horas de começar tudo novamente”.
Embora essa história seja fictícia, poderia facilmente se aplicar a você ou uma amiga, não é? O fato das mulheres terem conquistados direitos, inclusive maior independência, pode ser um dos fatores responsáveis por gerar uma rotina mais atribulada e isso, apesar de trazer inúmeros benefícios, também acarreta alguns problemas, como a ansiedade.
Ansiedade a mil
“Podemos definir esse problema como um estado psíquico de apreensão ou estado de alerta, além de expectativa que algo acontecerá. Esses sintomas são acompanhados de reações físicas e mentais desconfortáveis”, explica Dívani Assis Weber, psicóloga. Vale lembrar que a ansiedade é algo natural e útil dentro de certos limites, uma vez que utiliza de um valioso recurso adaptativo e incita pessoas a procurarem e encontrarem soluções positivas. Ou seja, conforme ensina a profissional, o grande problema é quando a ansiedade atinge sua extremidade e se torna um caráter sistemático e patológico.
Qual o papel do acúmulo de atividades?
A mulher moderna conquistou o direito de trabalhar fora, mas em muitos lugares ainda prevalece um pensamento bastante conservador: cuidar das tarefas domésticas é trabalho feminino. Com isso, além de ter um emprego, a mulher precisa se desdobrar para conseguir dar conta de todas as outras atividades relacionadas ao lar. “Esta variedade de papéis desempenhados pelas mulheres contribui para o aumento da ansiedade em conseguir realizar todas as atividades de maneira eficaz e, consequentemente, gera uma grande tensão, o estresse”, justifica Dívani.
E de que forma o estresse está relacionado à ansiedade? É que, segundo a psicóloga, ao vivenciarmos a ansiedade, o organismo estaria experimentando o estresse. “Ele seria basicamente a ansiedade exagerada e/ou patológica, pois a mesma surge quando percebe-se uma situação de ameaça contínua”, acrescenta a profissional. Além disso, depois de trabalhar muitas horas fora de casa e precisar cuidar dos afazeres domésticos, ao chegar no lar, a mulher também enfrenta algumas situações que podem colaborar para o desenvolvimento do quadro ansioso e estressante, tais como: pouco tempo para se dedicar aos filhos e para usar consigo mesma, como uma forma de lazer; demandas do casamento; e excesso de dedicação ao trabalho.
Consultoria Dívani Assis Weber, psicóloga
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