Como muitos já sabem, a endometriose é uma doença complexa e desafiadora que afeta muitas mulheres no globo todo. O número chega a 190 milhões de casos mundialmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Nessa condição, um tecido semelhante ao endométrio tem um crescimento anormal, o que acaba causando problemas.
Dor pélvica intensa, desconforto durante o sexo e alterações no ciclo menstrual são alguns dos sintomas. Porém, o que muita gente ainda se pergunta é se a endometriose é ou não genética. Essa questão assola ainda mais as mulheres que têm alguma parente diagnosticada com a condição.
E, embora ainda não haja um consenso nesse sentido, a resposta é que alguns estudos apontam sim para a possibilidade de fatores genéticos contribuírem para seu surgimento. Em 2010, ocorreu até a publicação de um estudo com evidências de que existissem variações no DNA de mulheres com endometriose e ela pudesse ser hereditária.
Dez anos mais tarde, o The New England Journal of Medicine publicou uma revisão desse mesmo estudo, na qual se estimava-se em 50% a proporção de risco da doença caso alguém da família tivesse a patologia. No entanto, hoje a medicina encara que a genética representa apenas 26% dos fatores de risco para a condição.
Atualmente, os estudiosos consideram vários outros indicadores. Sedentarismo, dieta inadequada, obesidade, excesso de bebidas alcoólicas e estresse, por exemplo. Ou seja, a genética é considerada como um dos aspectos importantes para a endometriose, porém fica longe de ser o único.
Apesar de haver pistas que apontem para a genética como um dos fatores de risco, ainda não é possível fazer algum exame para ver se você tem esse gene modificado no seu DNA.
“Por isso, consultas com um ginecologista especialista da área e exames regulares são as melhores ferramentas para o diagnóstico preciso”, explica Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
A prevenção como principal solução
Considerando que os exames regulares e consultas ainda são a melhor forma de conseguir um diagnóstico de endometriose, a prevenção é imprescindível. Preste atenção aos sinais que o seu corpo dá e vá ao médico ginecologista regularmente. Essa é a principal solução até o momento para diagnosticar e tratar o problema o quanto antes, o que é crucial.
“Em muitos dos quadros mais graves, alguns dos sintomas debilitantes poderiam ter sido remediados com o diagnóstico precoce correto. Isso garantiria melhor qualidade de vida a estas mulheres”, reforça o Dr. Patrick.