Saúde

8 mitos e verdades sobre a saúde digestiva

Afinal, tomar banho depois de comer é ruim para a saúde digestiva? Descubra se essa e outras afirmações são mitos ou verdades

Veja como cuidar melhor da sua saúde digestiva - Shutterstock

Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia, cerca de 20% da população global sofre com algum tipo de problema intestinal. Ainda assim, 90% dessas pessoas não procuram orientação médica, recorrendo à automedicação ou simplesmente ignorando os sintomas.

Isso é um problema, uma vez que, mesmo que a pessoa tente tomar os cuidados necessários por si mesma, ela pode acabar cometendo erros e se enganando com informações falsas na internet. E isso pode causar grandes problemas, já que a saúde digestiva é importantíssima para a saúde no geral dos indivíduos.

“Cerca de 80% das células imunológicas vivem no trato gastrointestinal. Isso significa que manter o intestino saudável é também uma maneira direta de fortalecer o sistema imunológico”, afirma a gastroenterologista e hepatologista Claudia P. Oliveira, da clínica Atma Soma.

A seguir, a especialista tira 8 dúvidas sobre mitos e verdades relacionados à saúde digestiva:

Quem tem o intestino ‘regulado’ evacua todo dia?

Mito. Evacuar diariamente não é uma regra para todos.

“O funcionamento intestinal normal pode variar bastante entre as pessoas, de três vezes ao dia até duas vezes por semana. O importante é estar atento a mudanças repentinas no padrão ou sintomas como dor e inchaço”, orienta a médica, que também é Secretária Geral Da Federação Brasileira de Gastroenterologia e Professora Associada do Departamento De Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP.

Banho depois da refeição faz mal?

Mito. O banho em si não oferece risco após comer. O que você deve evitar é entrar na água para nadar, por exemplo, assim como qualquer outro tipo de exercícios físicos, pois isso pode dificultar a digestão.

Chiclete demora sete anos para ser digerido?

Mito. Engolir chiclete ocasionalmente não causa grandes problemas. “Ele não é digerido como os alimentos, mas passa pelo sistema digestivo e é eliminado naturalmente. Só em casos muito raros, o acúmulo de chicletes engolidos pode causar obstruções, especialmente se houver constipação associada”, diz.

Ou seja, não é recomendado engolir, mas não é verdade que vá demorar 7 anos para ser digerido.

Alimentos picantes causam úlcera?

Mito. É verdade que eles podem irritar o estômago se a pessoa já tiver úlcera. Mas não vão causar em uma pessoa que não tem esse problema.

“O uso prolongado de anti-inflamatórios, o tabagismo e a infecção por Helicobacter pylori estão entre os principais fatores que causam as úlceras. E sim, úlceras podem ser graves se não tratadas”, reforça a hepatologista.

Estômago roncando é sinal de fome?

Parcialmente verdade. “O som que ouvimos, chamado de borborigmo, pode indicar fome, mas também acontece quando há movimentação de gases e líquidos nos intestinos — com ou sem comida presente. É um processo natural do trato gastrointestinal”, explica Claudia.

Dormir mal afeta a saúde intestinal?

Verdade. “A privação de sono altera a produção de hormônios relacionados à fome e à saciedade, o que pode levar a escolhas alimentares inadequadas e impactar negativamente a microbiota intestinal”, alerta a médica. Uma microbiota equilibrada, segundo ela, está diretamente ligada à imunidade, à absorção de nutrientes e até ao bem-estar mental.

Iogurte ajuda a regular o intestino?

Verdade. Por ser um alimento fermentado e rico em probióticos, o iogurte pode contribuir para o equilíbrio da microbiota e auxiliar no trânsito intestinal. “Vale sempre buscar versões com baixo teor de açúcar e mais naturais para melhores resultados”, complementa.

Colonoscopia é um exame doloroso?

Mito. Muita gente acaba adiando esse exame por medo, porém ele é seguro e costuma ser feito com sedação, o que o deixa mais confortável. “O desconforto costuma estar mais relacionado à preparação do que ao exame em si. E ele é essencial para a prevenção do câncer colorretal, especialmente a partir dos 45 anos”, diz a especialista.

Vale lembrar que seguir os cuidados necessários em casa e saber o que pode ser bom ou não para a saúde digestiva é importante, porém não substitui consultas médicas.

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