A data de 11 de outubro marca uma campanha de conscientização muito importante: o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. Apesar da urgência do assunto entre humanos, é preciso olhar também por outro lado e falar sobre o excesso de peso em pets, crescente em lares brasileiros.
O motivo para essa situação está associada a rotina dos tutores. Como os animais estão se moldando aos hábitos humanos, eles têm cada vez mais oferta de alimentos em casa e menos tempo e espaço para a prática de atividades físicas.
Além disso, o excesso de peso em pets costuma aparecer de duas maneiras: como sobrepeso ou como obesidade. Independentemente da situação, ambos prejudicam diretamente a saúde do animal e a sua qualidade de vida.
“Os pets que sofrem com sobrepeso ou obesidade têm maior predisposição a problemas respiratórios e cardíacos, problemas nas articulações, problemas de pele, problemas reprodutivos, neoplasias e são pacientes com maior risco nos procedimentos cirúrgicos. Tudo isso contribui de forma muito negativa para a expectativa de vida do animal”, explica Andrea Nagata, médica veterinária.
Identificando o excesso de peso em pets
Mesmo sendo um problema comum entre animais domésticos, a veterinária explica que nem sempre é possível perceber o excesso de peso por conta da pelagem que camufla a silhueta do pet.
“De maneira técnica, nós consideramos obesidade quando o pet está pelo menos com 20% a mais de peso do que o seu peso ideal. São números baixos se formos pensar nos pets de raça pequena ou micro. Por exemplo, um pet que deveria pesar 5 kg é considerado obeso se atingir um peso de 6 kg”, Andrea exemplifica. “Ainda assim, este 1 kg a mais interfere muito na qualidade de vida do animal”.
Ainda que essa identificação por parte dos tutores seja complicada, a especialista dá dicas de como entender se o animal está obeso ou com sobrepeso.
“O pet no peso adequado, independente de ser cão ou gato, vai apresentar uma cinturinha no final das costelas que é facilmente observada. As costelas são pouco ou nada visíveis, mas podem ser sentidas com facilidade na palpação, no carinho… Quando o pet está abaixo do peso, as costelas e os ossos do quadril são bem visíveis. E quando o pet tem sobrepeso, não é possível observar as costelas e é difícil também de sentir elas com a palpação”, explica a profissional.
Contudo, Andrea reforça que o diagnóstico exato de sobrepeso, obesidade ou magreza excessiva é dado apenas pelo médico veterinário, que além de realizar estas medições irá levar em consideração o histórico do animal.
Como prevenir a obesidade ou sobrepeso em animais domésticos?
Assim como humanos, pets precisam de uma dieta adequada e equilibrada. Então é importante estar atento às necessidades de cada fase da vida do pet, já que elas se alteram de acordo com o crescimento do animal.
É necessário também ter uma rotina de atividades para que o animal gaste energia. Para isso, os tutores podem investir em passeios longos e brincadeiras que estimulem a corrida — no caso de cães, é claro.
Enquanto isso, há outro fator que pode ser o verdadeiro responsável pelo excesso de peso em pets: o olhar de pidão. “É bem complicado resistir aos olhares de súplica quando estamos comendo algo que sabemos que é gostoso, a gente fica sim tentado a ceder e dar um pedacinho que seja ao pet. Mas uma coisa que a gente não leva em consideração é que se o pet não experimentar, ele não vai saber que é bom e não vai ter interesse em pedir. Evitar fornecer esses tipos de agrado aos nossos peludos é essencial para a saúde deles”, alerta a veterinária.
Tratando o excesso de peso em pets
Se você reconhece que seu pet pode estar obeso ou com sobrepeso, a recomendação é: visite um médico veterinário. Isso porque, o tratamento precisa ser prescrito por um profissional, então nada de criar dietas ou uma rotina de exercícios físicos para o animal por conta própria.
De acordo com Andrea, a dieta é o primeiro passo para o emagrecimento do pet, principalmente para os animais que em quadro de obesidade. Isso porque colocar um pet obeso e sedentário para se exercitar pode promover sobrecarga respiratória, cardíaca e nas articulações, o que tende a ser mais danoso para o animal.
“No emagrecimento do pet o objetivo é que ele perca gordura sem perder a massa muscular, que é de suma importância para as suas atividades diárias. Por isso as dietas desta fase costumam ter menos gordura e menos calorias. Também é importante que a dieta do pet que precisa emagrecer seja rica em fibras, minerais e vitaminas. Além é claro de uma maior quantidade de proteína”, explica Andrea.
Depois do processo de emagrecimento, a manutenção de uma dieta equilibrada adequada à nova realidade do pet e a prática regular de atividades que estimulem a queima de energia deve fazer parte do novo estilo de vida da família. Assim é possível assegurar mais saúde, bem-estar e longevidade para o pet.
Fonte: Andrea Nagata, médica veterinária e gerente de produtos da Avert Saúde Animal.