Sentir preguiça não é algo ruim por completo, uma vez que pode ser um aviso de que está na hora de tirar o pé do acelerador. “Em momentos de trabalho intenso, a preguiça pode funcionar como uma válvula de escape, aliviando corpo e mente da tensão gerada. É como se o corpo se negasse a obedecer ao que lhe foi imposto”, esclarece a psicóloga Andrea Borba.
“Isso tem seu lado positivo, pois, além de diminuir o ritmo, pode levar a pessoa a refletir sobre o caminho que está seguindo”, complementa. Logo, para quem não consegue conciliar na agenda os compromissos pessoais, familiares, profissionais, acadêmicos e outros afazeres, é bom não subestimar os sinais que o organismo emite.
Aliás, no encerramento de cada dia, somos dominados por um tipo de preguiça boa, conforme vão baixando os índices de dopamina, um neurotransmissor liberado pelo cérebro e que estimula o foco e a concentração. Está relacionado ao planejar com antecedência e resistir àquele primeiro impulso por deixar de lado um relatório chatíssimo da faculdade para assistir a uma série de televisão, por exemplo.
Seus índices vão gradualmente baixando com o aumento da adenosina, substância que se acumula no cérebro como resultado do seu próprio funcionamento. Então, o corpo vai aos poucos atingindo um estado de sossego que, por sua vez, antecede ao sono. Enquanto a pessoa dorme, a adenosina vai sendo lentamente removida, até que a dopamina se torne preponderante outra vez e tenha início um novo dia, com a disposição renovada.
Dias de frio também favorecem a indisposição: “No inverno, por exemplo, a tendência é ter mais preguiça. Neste caso, trata-se de uma reação física: os nossos vasos sanguíneos se contraem e os músculos ficam mais tensos, e isso faz com que o corpo gaste mais energia para manter-se aquecido”, lembra Geomacel Carvalho, especialista em ginástica cerebral.
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Texto: Marcelo Ricciardi/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevistas: Marcelo Ricciardi e Vitor Manfio/Colaboradores – Consultorias: Andrea Borba, psicóloga; Geomacel Carvalho, especialista em ginástica cerebral e coordenador pedagógico do método SUPERA (ginástica cerebral)