Nesse mês de Dia das Mães, é importante lembrar que, cada vez mais, as mulheres têm desejado começar a maternidade mais tarde, muitas vezes após os 40 anos. Até algum tempo atrás, isso era visto como algo bastante perigoso e incerto – porém, com os avanços na medicina, se tornou algo bem mais possível.
Com o envelhecimento natural dos ovários, as chances de gravidez diminuem, e fatores como a queda na qualidade dos óvulos e o aumento de alterações cromossômicas nos embriões tornam-se desafiadoras. No entanto, novos protocolos para estimulação ovariana, com o uso de hormônio de crescimento (GH) e de suplementos como DHEA, melatonina, coenzima Q10, entre outros, têm aumentado a quantidade e a qualidade dos óvulos coletados.
Técnicas complementares como o Teste Genético Pré-Implantacional (PGT-A), a incubadora com tecnologia Time-Lapse e a Inteligência Artificial também trazem benefícios nesse sentido. Além disso, procedimentos experimentais, como a reativação de “folículos dormentes” que eram incapazes de produzir embriões de qualidade e a recepção de óvulos doados, se apresentam como alternativas de sucesso em certos casos.
Contudo, seja qual for o método utilizado, é preciso ter certos cuidados para conseguir ser mãe após os 40 com segurança e saúde. Veja as dicas do especialista em medicina reprodutiva Arnaldo Cambiaghi:
Exames de rotina
Antes de iniciar as tentativas de gravidez, é essencial fazer uma avaliação médica completa para identificar possíveis condições de saúde que possam impactar a gestação.
Avaliação da reserva ovariana
Com o passar dos anos, o número de óvulos capazes de produzir uma gestação saudável diminui progressivamente. Isso ocorre porque as mulheres não produzem mais óvulos durante a sua vida – elas nascem com um número de óvulos definido que vai diminuindo até a chegada da menopausa. Por isso é tão importante analisar essa questão antes de tentar engravidar.
Análise genética do embrião
Após os 40 anos, a incidência de síndromes cromossômicas é muito maior. A síndrome de Down, por exemplo, pode ser até 30 vezes maior nesse grupo de mulheres, quando comparadas com mulheres de 30 anos.
“Nesse sentido, quando é realizada a análise genética do embrião em mulheres 40+, a gravidez é muito mais segura. Isso porque com essa técnica é possível garantir à mulher ou ao casal a máxima chance de ter um filho com uma condição genética ideal”, explica o especialista.
Alimentação equilibrada
Uma das medidas mais importantes para quem quer ser mãe após os 40 é ter uma alimentação e hidratação adequadas. Segundo o especialista, a dieta mediterrânea, rica em frutas, legumes, cereais integrais e gorduras saudáveis, pode ser uma opção.
Hábitos saudáveis
E não é só a alimentação – outros hábitos saudáveis também devem ser colocados em prática. Faça exercícios físicos, como caminhadas ou ioga, regularmente. Isso melhora a saúde cardiovascular e o bem-estar geral. Ademais, evite hábitos ruins, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool e da cafeína.
Acompanhamento médico
O pré-natal para gestantes após os 40 requer atenção especial, com exames de ultrassom e testes específicos para possíveis anomalias genéticas. Além disso, a avaliação da pressão arterial e dos níveis de glicose são essenciais para prevenir complicações.
