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Com um leque de alternativas no mercado, absorventes descartáveis deixam de ser opção
Com um leque de alternativas no mercado, absorventes descartáveis deixam de ser opção - Shutterstock

Estilo de Vida

5 motivos para você largar de vez os absorventes descartáveis

Se você não aguenta mais os absorventes descartáveis, a hora de mudar é agora! Confira por que aderir às alternativas sustentáveis

Apesar da menstruação ainda ser um grande tabu para muitas pessoas, algumas mulheres têm se posicionado cada vez mais sobre o assunto, levantando pautas como empoderamento feminino e os impactos da menstruação no planeta — em média, uma mulher pode usar até quinze mil absorventes internos e externos ao longo da vida e o fato é: os descartáveis possuem 90% de plástico em sua composição, podendo levar mais de  400 anos para se decompor, segundo levantamento feito pelo Instituto Akatu. 

Com isso, métodos alternativos estão ganhando espaço e mostrando que o leque de opções não é tão restrito quanto parece quando o assunto são produtos menstruais. Coletores, discos menstruais, absorventes de pano e calcinhas absorventes chegaram para mostrar que o impacto da menstruação no planeta pode, sim, ser reduzido.

Mas embora inofensivos e, na prática, pouco diferentes dos já conhecidos absorventes descartáveis e absorventes internos, os artigos menstruais reutilizáveis ainda fazem com que muita gente torça o nariz diante da ideia de ter contato com o próprio sangue. E sim, até os mais entusiastas da sustentabilidade se enquadram nesse quesito.

Pensando nisso, aqui vão alguns motivos para ajudar você a desmistificar os métodos reutilizáveis e dizer adeus aos descartáveis. 

1. Tudo tem um começo

Se você tem receio de abrir mão de vez dos descartáveis, mas quer deixá-los de lado, os absorventes de pano podem ser uma boa transição já que são menos invasivos quando comparados aos coletores, por exemplo. 

A mecânica é a mesma, entretanto com uma pequena diferença: após o uso, nada é jogado fora! E, normalmente, a fixação do absorvente na calcinha é feita com a ajuda de botões e não de um adesivo.

2. Sem incômodos!

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu aquela sensação de pinicação lá embaixo por conta da cola presente nos absorventes descartáveis. De acordo com a ginecologista Fernanda Schier de Fraga, quando em contato com a vulva, “os absorventes descartáveis podem fazer com que algumas pacientes queixem-se de incômodos e alergias”.

Tal situação é praticamente inexistente quando falamos sobre os métodos ecológicos já que, além de não terem cola adesiva, a maioria é feita a partir de materiais hipoalergênicos. 

3. Os métodos alternativos são mais seguros do que parecem

Ainda considerando os incômodos que podem ser causados pelos absorventes descartáveis, a ginecologista explica que é muito importante manter o pH da vagina ácido e a flora vaginal, composta por fungos e bactérias, em equilíbrio. E isso só é possível quando a região consegue respirar.

Por isso, é extremamente recomendado que a vulva não seja abafada com calças apertadas ou absorventes descartáveis. E é aí que entra a vantagem dos métodos alternativos: calcinhas reutilizáveis e absorventes de pano são fabricados com algodão, sendo muito mais respiráveis.

Vale mencionar que o desequilíbrio do pH vaginal pode levar a doenças como a candidíase e vaginose bacteriana. Apesar de ambas não serem sexualmente transmissíveis, “são alterações que geram corrimento, além de serem desagradáveis para as pacientes”, como esclarece Fernanda.

A ginecologista ainda alerta que o melhor tipo de calcinha para as mulheres são as de algodão, preferencialmente 100%, e recomenda que as mulheres durmam sem calcinha para evitar desequilibrar o pH da vagina.

Ainda segundo a médica, quando o assunto são os coletores menstruais, que não, não se perdem dentro do canal vaginal, a vantagem é que, além de poderem ser utilizados por até 12 horas, eles não apresentam risco de causar a chamada síndrome do choque tóxico. Muito comum em pacientes que usam os absorventes internos, essa síndrome consiste em uma proliferação de bactérias por conta do sangue parado no produto. 

4. Mas e o cheiro? 

Fernanda explica que o sangue menstrual não tem cheiro

Ao entrar em contato com o ar e com os materiais químicos presentes nos absorventes descartáveis, o sangue começa a se oxidar e, consequentemente, produzir um odor mais forte. E há também outro ponto importante que agrava aquele cheirinho desagradável: os descartáveis são pouco respiráveis, tornando a região abafada, úmida e ideal para a proliferação de bactérias.

Ainda de acordo com a ginecologista, o cheiro no sangue pode indicar alguma patologia, por isso, é sempre importante consultar seu ginecologista e ficar atenta a sinais como corrimentos e odores.

5. Sustentáveis e econômicos

Já parou para pensar no seu gasto mensal com produtos menstruais? 

Esse gasto pode ser consideravelmente reduzido ao optar pelos métodos reutilizáveis. Absorventes de pano e calcinhas menstruais podem ter uma vida útil de 5 anos, dependendo do fabricante e forma de uso. Já a durabilidade dos coletores pode chegar a 10 anos.

Por isso, é importante sempre seguir as orientações de limpeza do fabricante e só guardar os absorventes ou calcinhas quando tiver certeza de que não estejam úmidos. Além de usar o coletor menstrual somente após o mesmo estar devidamente lavado.

5 motivos para você largar de vez os absorventes descartáveis
Entender sua menstruação e seu corpo é um processo de autoconhecimento (Crédito: Shutterstock)

Talvez, usar um absorvente de pano ou um coletor não vá fazer você amar menstruar. E tudo bem. Mas, como Fernanda aponta, o que vale é o autoconhecimento que esses métodos trazem. Com certeza opções reutilizáveis irão aproximar você do seu ciclo e do seu corpo, fazendo com que você tenha uma maior noção de como é o seu próprios sangue e fluxo, por exemplo. 

Hoje existem várias opções no mercado e os tamanhos disponíveis contemplam os mais diferentes tipos de vulva e fluxo! A dica é pesquisar bastante antes de comprar e escolher o método que melhor se adeque às suas necessidades. O planeta Terra agradece!

Fonte: Fernanda Schier de Fraga, médica ginecologista e obstetra e professora da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

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