Devido aos surtos do sarampo em diversos estados do país, o Ministério da Saúde está promovendo a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo de 2018. A instrução é vacinar todas as criança de 1 a 4 anos para serem imunizadas até o dia 31 de agosto. Mas, você sabe quais são os sintomas do sarampo? Como é transmitido?
Para sanar algumas dúvidas importantes, a Alto Astral entrevistou a Dra. Adriana Rodrigues Fonseca, reumatologista da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro. Confira!
O que é sarampo?
“O sarampo é uma doença causada por vírus que já foi muito frequente e causou muitas mortes de crianças brasileiras. O Brasil, inclusive, recebeu o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial da Saúde em 2016. No Brasil, nenhum caso de sarampo havia sido registrado desde então, até que, em janeiro de 2018, casos importados da Venezuela desencadearam surtos na região norte, onde a cobertura vacinal estava abaixo dos necessários 95%.”
Como a doença é transmitida?
“O sarampo é considerado uma das doenças infecciosas mais contagiosas. Estima-se que praticamente nove em cada 10 pessoas susceptíveis que entrem em contato íntimo com doente com sarampo irão desenvolver a doença. A transmissão ocorre diretamente, de pessoa para pessoa, por tosse, espirro, fala ou respiração, daí ser altamente contagiosa. Todos podem pegar a doença, mas recém-nascidos, gestantes, imunossuprimidos (pessoas com doenças ou em uso de remédios que reduzem a imunidade) e desnutridos graves estão mais suscetíveis à infecções graves.
Os doentes são considerados contagiosos de 5 dias antes até 5 dias após o aparecimento das manchas vermelhas na pele. Portanto, deve ser reforçada a orientação para que o paciente com sarampo permaneça em casa, afastado das atividades escolares e profissionais, por até sete dias após o aparecimento das manchas na pele.”
Quais são os sintomas do sarampo?
“Os sintomas começam com febre alta (igual ou superior a 38 graus) acompanhada de tosse persistente, vermelhidão nos olhos, coriza e manchas brancas na parte interna das bochechas (manchas de Koplik). Após três a cinco dias, surgem manchas e bolinhas vermelhas na pele, começando atrás das orelhas e na linha do cabelo e, vão descendo até se espalhar para o resto do corpo.
Nos casos sem complicações, a febre cessa três a quatro dias após o aparecimento das manchas na pele e as manchas desaparecem em cinco a seis dias. Muitas pessoas acham que o sarampo é uma doença leve, mas a verdade é que pode complicar com infecção nos ouvidos, pneumonia, hepatite, convulsões, infecção no cérebro e até levar a morte.”
Quem deve tomar a vacina?
“A Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo que como objetivo principal vacinar as crianças de um a cinco anos de idade ou aqueles que deixaram de receber as doses necessárias da vacina para sua idade. A vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, deve ser tomada aos 12 meses. Aos 15 meses, é a vez da vacina tetraviral, que protege também contra a varicela (catapora). Quem não foi vacinado quando bebê, deve receber as duas doses até os 29 anos. Dos 30 aos 49 anos, basta apenas uma dose. Os indivíduos acima de 50 anos provavelmente já tiveram sarampo e já estariam também imunizados pela vacinação dos mais jovens. As pessoas que estão em dúvida se já tomaram as doses recomendadas pra sua idade, ou se já tiveram sarampo no passado, ou que perderam ou não encontram sua caderneta de vacinação, podem e devem procurar os postos de saúde para se vacinar.”
Todo mundo pode se vacinar?
“Por ser uma vacina com vírus enfraquecidos (vacina de vírus vivos atenuados), é contraindicada para gestantes, pessoas com imunidade baixa (seja por alguma doença crônica ou por uso de medicações que enfraquecem o sistema de defesa), crianças menores de 6 meses de idade e pacientes com história de crise alérgica grave após aplicação de dose anterior.”
Existe tratamento para o sarampo?
“Até o momento, não existe um medicamento específico para eliminar o vírus do sarampo. A Organização Mundial de Saúde recomenda o uso de vitamina A em todas as crianças com sarampo, em duas doses (imediatamente ao diagnóstico e no dia seguinte), pois reduz a gravidade e as complicações. Além disso, deve ser estimulada a ingestão abundante de líquidos, antitérmicos para o controle da febre; soro fisiológico para limpeza ocular e antibióticos nos casos complicados com infecção por bactérias (otite, pneumonia, conjuntivite), conforme prescrição médica.”
Entrevista: Laylla Fiore/Colaboradora
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