A depressão pós-parto é uma condição que afeta até 15% das mulheres e deve ser tratada rapidamente. Esse transtorno pode ser consequência de fatores psicológicos ou fisiológicos e se manifesta de forma diferente em cada mulher, variando de acordo com a personalidade de cada uma. A obstetra Dra. Caroline Pereira e a psicóloga Dra. Cristiane Pertusi apontam as principais características da depressão pós-parto e ensinam como identificar esse problema:
Sintomas mais comuns
Para identificar uma mulher com depressão pós-parto, é preciso verificar se ela se sente capaz de assumir as responsabilidades de mãe. Segundo a psicóloga, muitas vezes a mulher não percebe que está com o transtorno, mas os familiares podem notar alguns sintomas, como:
– Sentimento ou momentos de euforia;
– Fala em excesso;
– Sentimentos depressivos como isolamento, choro, retraimento;
– Dependência exagerada do marido ou de outros familiares;
– Dificuldade em cuidar do bebê, sentindo-se incapaz de compreender as necessidades do filho;
– Sente-se fracassada e iludida, acreditando que não é uma boa mãe;
– Preocupação excessiva com ordem e organização da casa;
– Não consegue dormir;
– Está sempre ansiosa e nervosa.
Tratamento indicado
“O caminho é consultar um ginecologista, que pede exames e paralelamente encaminha para o psiquiatra, para terapia e medicamento. Em poucos meses a situação pode ser sanada. Mas, se não for tratada, a depressão pode se tornar crônica”, explica a médica.
Quando a depressão não é tratada, pode interferir na saúde e na qualidade de vida do bebê. “As primeiras vivências do bebê ficam para sempre registradas em seu inconsciente, acarretando em crianças irritadas e agressivas no futuro. Assim como a depressão pós-parto faz com que a mãe entre em um estado de confusão mental, o bebê pode não retornar ao seu estado psicológico natural”, aponta Cristiane.
O papel da família
A psicóloga revela que os familiares são fundamentais para que a recuperação da paciente seja completa: “A família deve procurar um médico de confiança e pedir auxilio, contar sobre os sintomas percebidos e solicitar o tratamento adequado”.
De onde surge esse transtorno?
Durante o parto, podem ocorrer reações conscientes ou inconscientes na mulher que trazem à tona uma ansiedade profunda. De acordo com a obstetra, no inconsciente, o parto se manifesta como uma perda para a mãe e tem um significado bem maior do que apenas o nascimento de uma criança.
“Ao longo dos meses de gestação, o filho foi sentido como apenas seu, como parte integrante de si mesma e, de repente, torna-se um ser diferenciado dela, com vida própria e que deve ser compartilhado com os demais. Sendo assim, a mulher emerge da situação de parto num estado de total confusão, como se tivessem lhe arrancado algo muito valioso ou como se tivesse perdido partes importantes de si mesma”, explica a especialista.
Outro aspecto que deve ser levado em conta são as alterações hormonais e bioquímicas, que podem trazer sérias mudanças de humor.
Consultoria: Dra. Cristiane Moraes Pertusi – Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP.
Email: contato@cristianevazmoraespertusi.com.br
Site: www.cristianevazmoraespertusi.com.br
Dra. Caroline Alexandra Pereira de Souza- ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana e endoscopia ginecológica
Clínica BMS
http://clinicabms.net