Andar, falar, ler, escrever…Tudo acontece mais tarde para as crianças com Síndrome de Down. Segundo a neuropsicóloga Sonia Casarin, esta síndrome pode ser causada por trissomia simples (três cópias do cromossomo 21) ou por translocação (material cromossomático disposto de forma diferente). “No caso da trissomia simples, o risco depende da idade da mãe, pois a chance de acontecer um erro na formação do óvulo é maior”, explica. Para a translocação, se não existe outro caso na família, o risco é pequeno. O exame de vilo corial (placenta) ou amniocentese (colecta do líquido aminiótico), na gravidez, pode detectar a síndrome.
Sinais físicos e psicológicos
As características variam conforme a idade. Na fase da adolescência e adulta, os portadores apresentam baixa estatura, face arredondada, cabelo fino e liso e podem sofrer de obesidade. “Os principais sinais no recém-nascido são: hipotonia (redução ou perda do tono muscular), abertura das pálpebras inclinada com a parte externa mais elevada, prega da pálpebra no canto interno dos olhos, língua protrusa (para fora da boca), prega única na palma das mãos”, diz Sonia Casarin. Na parte psicológica, a profissional explica que cada pessoa tem uma personalidade e aquela que com a síndrome também tem a sua, que depende das suas experiências. “A teimosia e a birra têm sido associadas à criança com Down mas, geralmente, essas reações estão ligadas às experiências de vida e às situações que elas vivem”, comenta.
Uma vida normal
Diferente do que muitos podem pensar, as crianças portadoras não precisam de um medicamento específico ou tratamento. “A medicação é semelhante à de qualquer pessoa. A criança deve ser acompanhada por um pediatra e ser medicada quando tiver algum problema de saúde”, salienta Sonia, acrescentando que a educação, as rotinas, os hábitos e as relações com as outras pessoas são oportunidades de desenvolvimento. Esse progresso pode ocorrer num ritmo mais lento que o das pessoas sem a síndrome. Isso não impede que a criança aprenda as suas tarefas diárias e participe da vida social da família normalmente. Para a especialista, a criança pode executar tarefas e participar do seu meio social.
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Menos chances de câncer
Uma pesquisa da Universidade de Harvard, mostrou que pessoas com Síndrome de Down possuem genes que impedem o crescimento de tumores. O gene DSCR1 é o responsável por evitar o crescimento de vasos sanguíneos que são responsáveis por alimentarem os tumores cancerígenos.
Consultoria Sonia Casarin, neuropsicóloga