Quem nunca se sentiu estressado devido ao trabalho? Às vezes, cumprir com o simples exercício do ofício pode ficar mais difícil do que imaginamos – ou gostaríamos. O ritmo frenético do mundo globalizado, as crises econômicas cíclicas, contas e mais contas, o risco de ser demitido… Tudo isso contribui para que a sensação de que o emprego se tornou um tormento em nossas vidas, causando cada vez mais estresse entre os trabalhadores. O que, para a maioria de nós, é apenas um aborrecimento, para outras pessoas acaba se tornando um grave transtorno psíquico.
A síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, se caracteriza como um distúrbio de caráter depressivo, acompanhado de extremo cansaço físico e mental. Esse transtorno, que tem origem na constante pressão emocional relacionada ao envolvimento laboral intenso por longo período de tempo, afeta trabalhadores que estão no limite do estresse relacionado ao ofício, causando consequências psicológicas e físicas. O próprio termo “burnout” indica esgotamento: traduzido do inglês, significa “queimar-se” (ou “combustão completa”).
Profissões de risco
Para o psicólogo Davi Ruivo, o distúrbio é “propício em empregos cujas exigências são altas, onde há muita pressão e comportamentos compreendidos como agressivos”. Isso porque, garante o especialista, tais atitudes não correspondem a um ambiente saudável para a saúde mental.
Apesar de poder ser encontrado em qualquer emprego, segundo a psiquiatra Emanuella Novello Halabi, o burnout “se mostra mais evidente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal intenso, com algum impacto direto à vida de outras pessoas”.
Nesses casos, podemos incluir profissionais da área da saúde, professores, advogados, jornalistas, bombeiros, policiais, advogados, agentes penitenciários e bancários, entre outros. Além disso, os chamados workaholics ou worklovers – os trabalhadores compulsivos – também são fortíssimos candidatos a desenvolverem a síndrome.
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Consultorias: Davi Rodriguez Ruivo Fernandes, psicólogo da clínica Elabore – Psicologia & Saúde, em Santo André (SP); Emanuella Novello Halabi, psiquiatra.
Texto e entrevistas: Augusto Biason/Colaborador